sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Welcome to the jungle!!!!!!

Já que algumas pessoas perguntaram e ignorando agora o fato de que eu iria contar de qualquer forma, aí vai o maravilhoso relato do meu precioso dia no Beto Carrero World...

Era um dia meio estranho, sem sol, mormaço ignorante, sabe como? Aquele calor grudento na pele, eu suando até pra respirar, tive que colocar um TÊNIS... Simmmm, um TÊNIS! (ARGHHH)

Trajeto curto de carro com o namo, tranquilamente aproveitando o maravilhoso, lindo e vitaminado AR CONDICIONADO do carro, quando vislumbro finalmente o castelão colorido que fica na entrada do dito parque. Nisso, pego o litrão de protetor solar e lembro de passar nos ombros e no rosto, ridículamente esquecendo de que existem muitas outras partes no meu corpo (e logo sentindo aquele grude que fica misturando com o suor, uma delícia!).

Entrada, primeira fila com mais de três voltas para comprar o ingresso. Fila com uma volta me deixa nervosa, duas voltas me deixa estressada, mais de duas é caso de internação e eu chego a preferir palitos debaixo das unhas. Mas enfim, ali ainda estava relativamente fresquinho e eu estava fazendo um esforço para mostrar pro namorado que eu consigo ser uma pessoa absolutamente sociável e gostar das coisas que as pessoas “normais” gostam.

O namorado, todo faceiro, ainda mais saltitante quando viu aquele monte de gente... Eu, quando vi o monte de gente, quase chorei! E não foi de emoção!!! Pegamos um mapa (sim, aquilo é enorme) e fomos para os brinquedos radicais. Eu sou uma pessoa extremamente radical, lógico. Meu auge do radicalismo é tomar sol na hora do almoço, porque eu realmente AMO emoções fortes. Aí foi ele, o Ju, todo animado para o primeiro brinquedo, um elevador que despencava sei-lá-de-que-altura. Fila não muito grande (a menor daquele dia), mas eu resolvi ir para o setor dos “tiozinhos”, que eu classifico aqui como aquelas pessoas que tem uma mente VELHA como a minha e preferem colocar-se à sombra e aguardar os MALUCOS que adoram coisas que giram e despencam. Fiquei batendo papo com os tios e tias, até ele voltar. Primeira fila: OK.

Segundo brinquedo: Montanha russa. Fila grande, mas com um maravilhoso telhadinho que tampava o sol. Mas não era aquela montanha russa dos pezinhos voando. Era a outra, a de gente cagona (feito eu). Concordei em ir nessa porque senão podia dar na telha do Ju me trocar por um modelito mais novo e mais sociável... Lá fui eu. No que aquele troço começou a subir eu já fui pensando algo como “pu-ta-que-pa-riu que que eu to fazendo nesta meeeeeeeeeeeeeerda” – a esticada foi devida ao começo da descida que, para o meu gosto, era longa demais. Nunca tinha sentido nada parecido. O meu cérebro se deslocou dentro da cabeça e grudou ali atrás do crânio pedindo socorro. Abri a boca pra gritar mas nisso entrou uma lufada de vento tão ferrada que o grito foi engolido junto com o cagaço. E aí começou a girar, eu não sabia mais onde era céu e onde era chão e nem onde estavam os meus miolos. Quando parou essa porra eu soube que nunca mais na minha vida eu sentaria em um banquinho daqueles, pelo menos não estando consciente ou sóbria!

Terceiro brinquedo: Fire Whip (a dos pezinhos voando). Uma fila que me deu até nojo, um sol de lascar e eu ali, em solidariedade ao namorado, porque naquela eu não subiria, nunca, jamais, em tempo algum. Eu já estava começando a ficar levemente estressada com as filas, mas ainda tolerando em nome da socialização... O Ju foi, eu tirei fotos e filmei, comentando com a minha câmera o que eu pensava sobre aquilo (vou poupá-los dessa parte).

Depois fomos num cineminha com um filme curto, que movimenta as cadeiras, não lembro mais o nome. Achei bem mais-ou-menos e a fila estava, pra variar, monstruosa. Daí almoço. Sentei onde tinha espaço, no cardápio tinha misto-quente. Pedi um, não tinha! Com a tolerância que eu já andava nesse horário, achei melhor nem comer, já que perigava eu ter que encarar a fila do banheiro ainda (AFFFF)! Nesse horário, bafo de dragão seria mais fresco do que a temperatura ambiente e eu já andava literalmente sonhando com os palitos debaixo das unhas (se estivesse em um lugar com ar condicionado, nem os palitos me incomodariam).

O show de acrobacias com os carros e motos valeu a pena (ufa, gostei de alguma coisa)! Depois caminhamos e caminhamos e caminhamos, sob um sol de converter ateu, suando mais que bunda em banco de couro, olhando os animais e tirando fotos (dos bichos, porque eu já não permitiria fotos minhas naquele estado). Depois de um tempo descobri que tênis não é confortável porcaria nenhuma e que os meus pés iriam entrar em combustão espontânea a qualquer momento. Pensei em chutar o hipopótamo e ficar eu deitada no laguinho dele, só com a cabeça de fora. Revoltei, achei uma pedra na sombra, sentei e tirei os tênis, fazendo o meu melhor para não reclamar (muito) com o namorado.

Mandei ele encarar sozinho uma fila de um show que ele queria ir, já que os trecos que eu queria tinham todos umas filas insuportáveis, e resolvi tomar um sorvete. Não tinha comido nada ainda, eram quatro horas da tarde, fui pra FILA e esperei pra comprar o meu. Comprado, descobri que o Ju nem tinha ido e estava me esperando. Fui andando e dei uma lambida no sorvete, duas lambidas, e PLOOFFFTTT. Lá se foi a bola toda do meu sorvete de ouro (caro pra cacete) e eu mal tinha começado o meu momento feliz no deserto do Saara. Olhei para a bola no chão, olhei para a casquinha, olhei para o meu braço insanamente queimado do sol (já prevendo a gostosa “marquinha” de regata nas minhas costas) e fiz o que qualquer mulher a beira de um ataque de nervos faria. Chorei! O queixo tremia e eu lutava pra que só caíssem uma ou duas lágrimas (eu não daria mais por aquele lugar).

Olhei para o Juliano com a minha cara de urso assassino, provavelmente com os vasinhos dos olhos avermelhando, e pedi GENTILMENTE a ele que fossemos embora. Não lembro as palavras exatas, tenho uma pequena tendência a ser enormemente boca suja quando estou com raiva, algo que não dá pra escrever nesse horário.

Juro pra vocês que eu ainda tento e tento e tento mais, mas simplesmente não consigo entender o que é que leva um ser humano a chamar de diversão ficar mais de uma hora e quinze minutos em uma fila e passar só quarenta segundos em um brinquedo. Eu chamo masoquismo, eu chamo insanidade, eu chamo o SAMU a próxima vez que tiver que fazer isso na minha vida. Eles até dão um segundo dia de graça para quem compra um dia, claaaaro, com aquelas filas não dá pra conhecer quase nada em um dia. Quase mandei eles enfiarem o segundo dia vocês sabem onde... logicamente eu não quis voltar!

Um conselho? Não vá para o Beto Carrero em JANEIRO. Outro? Procure um parque temático COM ÁGUA ou lembre-se de ficar besuntando o seu corpo OVER AND OVER AGAIN com litros de BLOQUEADOR solar, para não virar o TORRONE que eu virei, isso só com o MORMAÇO.

AHhhhhh, quase ia me esquecendo... BIG TOWER! Despencar de 100 metros, meu bem? Tá certo que eu estava considerando me afogar na aguinha das tartarugas, mas dá licença...


Obs.: Exageros à parte, o parque é lindo, mas eu juro que tinha um CÁGADO andando atrás da gente no zoológico... achei que ia ter que levar ele pra casa e escolher um nome...