segunda-feira, 26 de maio de 2008

It's a Kind of Magic...

Esta é a história de como uma menina pode ser transformada em um cogumelo cabeludo por uma bruxa malvada...

Sempre impliquei com o meu cabelo liso. Meu sonho de consumo mais ardentemente sonhado era uma cabeleira cheia de cachinhos toin-oin-oin balançando ao vento, sem lenço e sem documento... e foi por isso que, aos 13 anos, de posse de uma cabeleira castanha com mechas douradas e franjinha (ounnn!), decidi (pára tudo!) fazer uma permanente.

Sentei toda eufórica na cadeira da cabeleireira e expliquei direitinho o que eu queria. “Me deixa aí com o cabelo igual o da paquita fulana de tal” (sim, porque quando eu tinha 13 anos a Xuxa estava no auge e tinha uma paquita que me deixava com ódio, tão bonitos eram os cachos dela – e é claro que eu não vou dizer quem é, porque a intenção desse texto não é resgatar das sombras alguém cujo cabelo me causou o maior trauma capilar da minha vida, rá!). A vontade de ter cachos era tanta que nem me lembrei que essa dita cabeleireira era a mesma que tinha deixado, uns 3 meses antes, o cabelo da minha mamis, originalmente castanho e liso, preto e sarará... quando o que ela realmente queria eram reflexos loiros!!!

Sentadinha na cadeira, peguei minha revista Capricho, coloquei nos ouvidos os fones do walk-man (naquele tempo MP3 não era nem idéia, e o engraçadinho que me chamar de véia leva um "pedala"!) e, de olhinhos fechados, entreguei minha cabecinha nas mãos daquela psicopata enrustida, sonhando com cachos lindos e novinhos balançando ao vento e com um guri mó gracinha da 7ª série (acima dele, só o Bono Vox) apaixonado pelo meu novo e encaracolado “eu”... depois de um tempo interminável com aqueles bigudinzinhos na cabeça, quase intoxicada por aquele produto mais fedorento que uma bunda mal lavada (é, “bunda” foi um eufemismo), a mulher finalmente me levou pro lavatório, enxaguou meu cabelo, secou e...

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh!!!

- E aí, queridinha? Gostou?

Jesus me chicoteia... eu havia virado um cogumelo!!!! Pensem em um cabelo encolhido... mah tãããão encolhido, com cachos tããããão pequenininhos que formavam um volume perfeitamente redondo – e provavelmente impermeável – em torno da minha cabeça... eu queria virar a paquita e tinha virado uma bizarria híbrida de cogumelo, Michael Jackson e Valderrama!!!! GARAIOOOOOOOO!!! Caí num choro compulsivamente soluçado (e quando eu choro, eu choooooooro!!!) enquanto a cabeleireira, atônita, tentava me acalmar com água-com-açúcar e palavras de conforto espiritual...

- Tia... aaaahhnn... ahn... m-me diz, p-pelo ahnnnn-mor de Deus, ahnnn... que eu t-tô vendo, ahnnn... c-coisas...

Não, eu não estava vendo coisas (ou pior, estava, porque a “coisa” em questão era eu mesma, a coisa mais medonha que eu já havia visto)... a mulher, pra me acalmar (e vamos admitir, pra tentar me deixar menos parecida com o Valderrama) fez uma escova no meu cabelo e, em meio intermináveis “ahnnnn, ahnnnn, ahnnnn...” voltei para casa (de onde definitivamente eu não devia ter saído naquele dia). Fui consolada pela minha mamis e pelo resto da família, matei 3 dias de aula, me escondi até do cachorro e, cinco dias depois, me livrei daquela aparência macabra com um corte Joãozinho. Ainda sou apaixonada por cachos, mas decidi assumir a minha cabeleira niponicamente lambida. Pra quem já foi a cara do Valderrama (e, pelamordedeus, ES-QUE-ÇAM que um dia eu contei isso!!), qualquer coisa é lucro...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Desventuras em Série - A luz no fim do túnel sem fim...


Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que só estou escrevendo esta história porque a Anne praticamente me obrigou. E antes que alguém comece a ter idéias relacionem Anne e túnel, isso nada tem haver com a fixação de minha mana em... como direi... "a válvula de escape". Então vamos a mais este mico, só que dessa vez eu não tenho nem noção do tamanho efetivo da platéia que possa tê-lo presenciado. Aviso aos leitores que, por se tratar de mais uma epopéia escatológica (e absolutamente nojenta) no Espasmos, pessoas com "alta sensibilidade" devem parar de ler aqui, mas deixem um recadinho de apoio no final de qualquer maneira...
Há alguns anos passei por uma fase brava, que culminou na retirada de minha vesícula. Resumindo a situação, eu passava mal todos os dias e minha "ração" básica era à base de purê de batatas (olha Anne ai de novo... é uma longa história dela com as batatas...), carne moída, café com leite, pão e banana com aveia. Qualquer outra coisa que comesse, era sopa pro azar...
No famigerado dia não faço idéia do que eu comi, afinal faz muito tempo, mas certamente era um destes citados acima. Eu trabalhava em uma agência do outro lado da cidade de São Paulo, logo ficava "tranquilamente" umas 2 horas no trânsito (4 no total), isso se estivesse tudo dentro da normalidade. Se chovesse, se quebrasse algum caminhão... já era! Bom, naquele dia sai da agência mais ou menos no horário e lembro claramente que o dia era quente, uma verdadeira filial do inferno. Quer coisa melhor para encarar um engarrafamentozinho?
O transito estava uma caca e eu com cara de tédio trocando só da primeira pra segunda... Se isso fosse o problema eu superaria! A questão é que eu não estava muito bem e comecei a me sentir enjoada. Como isso tinha se tornado normal, e devia faltar menos de um mês para minha cirurgia, nem esquentei no começo e continuei lá firme e forte rumo a minha tão sonhada casa. Estava quase no final da Av. dos Bandeirantes e percebi que algo estava realmente estranho.
Aí pensei “vou tomar um pouco de água, quem sabe pode ser fome e assim ameniza”. Peguei a garrafinha e percebi que estava meio quente, praticamente um chimarrão preparado diretamente nas entranhas mais profundas do inferno (deu pra sacar?). Detalhe que ela tinha saído fresca da agência... Resolvi não beber, já que logo passaria o túnel e estaria bem mais perto de casa. Mas aí o porco espinho que habitava meu estômago resolveu dançar a macarena e foi o princípio do fim! Tentei pensar rápido e a aguinha quente me pareceu a melhor opção... ledo engano!!! Já dentro do túnel (sozinha no carro e ao volante), notei que a coisa tava feia e que o fim do túnel estava longe o que significava: Parar nem pensar!!!
Pois bem, estava eu lá no túnel e já sentindo o porco espinho querendo literalmente vir ver como é o mundo externo. Procurei uma sacolinha, destas de supermercado e que sempre tenho no carro, pra lixo ou coisa assim. Nunca pensei que ia utilizar de outra forma (e dessa forma eu preferia nunca ter usado!). Catei a sacolinha, abri, encaixei no volante, olhei para os lados rezando pra ninguém estar me olhando... e sem poder conter a revolução estomacal, deixei que o armagedom se realizasse ali mesmo, na salvadora e abençoada sacolinha... nem quero imaginar o que seria de mim (e do carro) sem ela.
Enfim a paz... olhei ao redor e parecia que eu não era o centro de todas as atenções. Amarrei a sacolinha bem forte, só pra garantir que o demônio não saísse lá de dentro, catei o paninho no porta mapas e dei um jeito no ambiente (e em mim, que estava um desastre). E só o que tinha pra me salvar naquela hora era a aguinha morna (o chimarrão dos infernos). Nessas horas até um golinho de Raiska teria sido bem-vindo.
Nem preciso dizer que mamis entrou em pânico quando contei, fora o fato de que riu da minha cara pelo menos cinco minutos. Mas passados estes anos e tirando a nojeira da coisa toda (Anne que pediu pra contar... ela adora estas coisas, como vocês devem ter notado pelos causos dela!) acho isso hilário e altamente ridículo. Preferia não ter vivido o mico, mas depois da manifestação do "porco espinho dançando macarena" do último feriado (sim, ele voltou), esta história não podia deixar de ser registrada! Feliz agora, Anne?

domingo, 4 de maio de 2008

O Charge do mal


Sabe aquelas épocas em que você se vê transformado de Rei Midas em Rei Mierdas??? Aqueles momentos em que tudo, absolutamente tudo o que você toca vira merda! Daquelas grandes e lamentavelmente fedidas! Pois é, eu estava bem no meio do olho do furacão (do furacão, viu Mila???), era uma sucessão de desencontros, atolamentos financeiros, patadas sucessivas vindas das mais diversas direções e pessoas diferentes, noites mal-dormidas e eu parecendo uma morcegona nas belíssimas manhãs de trabalho (odeeeeeeeio acordar cedo, isso é para padres e soldados, definitivamente não me pertence!).

Então procurei dentro de mim um lugar, uma esperancinha qualquer enfiada em algum recanto secreto (calma Mila, não é lá onde tu ta pensando) e pensei... “Só segurando na mão de Deus, mesmo!!!”. Pois bem, comecei a reorganizar a vida e as coisas já voltavam para os seus eixos, mas o meu corpo ainda andava todo fora do seu funcionamento normal, dadas as noites não dormidas e a alimentação um tanto esquecida ou mal feita (“Doritos” com vodca não é exatamente uma alimentação balanceada).

Naquela tarde, no trabalho, veio uma vontade louca de comer um charge. Lá fui eu, me escondendo pelos corredores, para sair sem que ninguém notasse, comprar o dito chocolate, na padaria da esquina. Comi aquele charge com gosto, feliz da vida, sem imaginar o que o maldito causaria no meu corpo...

Pois é... O suor foi o primeiro sintoma. Como sempre mantive a calma, mas aquele pensamento de sempre apareceu... “fudeu”. Conheço o meu corpo e sei quando começa o princípio do fim. Dali a 15 minutos a dor de barriga apareceu firme e forte, junto com aquelas voltas dentro da sua barriga, que parece que tem alguma coisa viva e raivosa querendo sair. E eu ali, quase em penico, tentando bolar uma estratégia que me livrasse do sufoco...

Já sei, o banheiro da sala rosa. A sala rosa é a sala de reuniões, aquele banheiro é sempre a salvação da lavoura. Entrei na sala e quando ia, faceira e saltitante, achando que os problemas seriam resolvidos... Alagamento no banheiro da dita sala, água até a entrada da porta, inutilizável. Logicamente eu pensei com a mesma suavidade... “Fudeu de vez...” E agora? Tentei o outro banheiro, mas para a minha infelicidade, estava tendo uma reunião na sala, ou seja, NO WAY. Se vocês conseguem fazer isso tranqüilamente, com platéia, eu não consigo, mesmo em uma situação daquelas!

A outra alternativa era o banheiro do outro setor, que era usado por todos que precisavam, inclusive os visitantes, ou seja, era nojento. Se vocês conseguem fazer isso se equilibrando para não sentar e nem mesmo encostar levemente o traseiro no vaso PODRE, eu não consigo.

E então, e agora Batman? Fiz o que qualquer um faria. Pedi uma carona para a minha amiga e decidi ir para casa (bendita cidade pequena, onde se mora a cinco quadras do SEU vaso sanitário, lindo, limpo e cheiroso). Tentei sair discretamente, para não ter que dar explicações, mas nisso aparece a secretária da chefe. Vendo que não teria jeito, parei para me explicar. Bom, não sou uma pessoa muito chegada a rodeios, ainda mais porque tempo era algo que eu não tinha. Disse a ela de forma curta e grossa:

- Fulana, vou lhe ser sincera. Preciso ir já para casa, estou com uma mega dor de barriga que chego a estar suando mais do que corredor na São Silvestre e os dois banheiros possíveis não estão livres para usar. Por favor, se a chefe perguntar, diga isso a ela... (hahahaha).

Logicamente a minha colega quase passou mal de tanto rir, mas isso era algo a ser resolvido depois. Fomos para a minha casa (graças a Deus sem imprevistos) e ao chegar minha amiga perguntou: - Você demora?

Já viu pergunta mais sem resposta do que essa? E eu lá ia saber quanto tempo ia precisar para resolver o problema... Enfim, tudo certo, algum tempo depois voltei ao trabalho (dei até uns minutos de margem para ter certeza que estava tudo firme no lugar e as pregas novamente acomodadas). Fiz um sinal para avisar a secretária que eu havia voltado, no que ela começou a rir da minha cara novamente... Acabei rindo junto, realmente, era ridículo.

Por isso, meus queridos, tomem cuidado com o charge. É um elemento perigoso e pode causar reações estranhíssimas e incontroláveis no seu corpo. Só sei que, depois dessa, chocolate só em casa, a noite, quando tenho todo o tempo livre... Isso inclui os meus amados brigadeiros. Já pensou ter que encarar um “armagedon” desses por dia? Tô fora!!!!

Engraçado??? Aposto que já passou por uma dessas...


Imagem by Pai Google e foi Flavinha que achou, rindo muito da minha cara, como toda a boa amiga faz numa hora dessas...

- Anne -