domingo, 30 de dezembro de 2007

Roda de Fogo!!!!


Uma bela manhã de sol, dia lindo, céu azul... daqueles dias em que você acorda num absoluto bom humor (feito a gente vê em novela)!!! Levantei sentindo um leve desconforto em uma parte da anatomia da qual a gente nem gosta de lembrar, porque quando lembra normalmente é porque deu pane!!! Como não sei que nome posso usar para descrevê-la sem perder a classe, vou apenas dizer que é a parte final do aparelho digestivo, a saideira, aquela parte que tem umas pregas (se é que ainda tem)...

Pois é, acordei com a pecinha em chamas... O leve desconforto era na verdade a suave sensação de que alguém estava segurando um isqueiro aceso nele... Uma delícia! Pensei em como eu iria fazer para trabalhar, já que o meu trabalho exige que eu fique muitas horas sentada (ouvindo) e eu não conseguia sentar, muito menos ouvir algo que não fosse ele, que ficava chamando a minha atenção com aquela dor absurda...

Bom, resolvi tirar folga na parte da tarde, já que tinha horas-extras para compensar. Aí contei para uma colega a situação, pedindo que ela ligasse e tentasse marcar uma consulta o mais rápido possível. Enquanto isso fui falar com a chefe... Uma delicada e estimulante conversa sobre o porquê de eu estar precisando da folga. Sinceramente, esse é o tipo de problema que você morre de vergonha que alguém saiba, mas parece que todo mundo faz questão de contar que você tem...

Depois de a chefe me liberar, por conhecer bem de perto o dito problema, voltei para a sala da minha colega, que estava contando para meio mundo já os detalhes do meu infortúnio... Achei melhor fazer piada, rir um pouco e pegar o corredor de saída o mais rápido possível.

Com a receita já em mãos, fui comprar os ditos medicamentos. Entrei sutilmente na farmácia, tentando parecer invisível, entreguei a receita e o farmacêutico responsável leu e soltou o seguinte comentário:
"Ahhhh, esse remédio aqui é para quem tem problema de varizes ou hemorróidas..." e ficou olhando para mim com aquela cara de "eu sei que você está com o boguinho queimando"...

Morrendo de vergonha, tive que fazer mais umas piadas, já que é mais fácil do que cavar um buraco no chão da farmácia. Aí o rapaz ainda teve a coragem de me contar sobre como ele passou álcool um dia no fiofó dele, por causa de um problema semelhante... eu fiquei pensando o que leva o cara a passar um treco que arde em um treco que está ardendo mais ainda... Algum desejo incendiário oculto??? Vontade de entrar em combustão espontânea???

Depois o guri puxou assunto comigo, dizendo que o ruim mesmo é que aqui na cidade não tem um médico especializado nesse tipo de coisa... Aí comentei que não quis consultar no SUS, porque não queria mostrar a minha bunda a toa. Nisso o cara solta um “mas também, quem é que não ia querer ver essa bunda???”. Depois da história fofinha que me contou sobre o álcool e mais essa baita cantada, ele pediu o meu telefone... esse é corajoso...rs.

Enfim saí da farmácia com os remédios, torcendo para não ter que falar para mais ninguém sobre o drama de viver com a rosca parecendo uma roseira... Depois fui direto para casa, enchi o traseiro de pomada, coloquei a bunda pra cima e tentei dormir, mas isso foi meio impossível com o calor que vinha debaixo... Pelo menos não precisei sentar no trono naquele dia, graças!!!!!!!!!

- Anne -  

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fly me to the Moon


Essa história aconteceu em julho de 2000, no dia do embarque para o meu destino nas férias daquele ano. Era por volta de duas da manhã e eu estava no aeroporto, na fila do check in, quando meus olhinhos até então sonolentos e entediados descobriram o cabeludinho lá atrás. Bermudão, chinelo, tattoo tamanho GG na panturrilha, violão a tiracolo, maior jeitão de Humberto Gessinger (e nessa época eu era uma viciada irrecuperável em Engenheiros do Hawaii). Gatíssimo. E embarcaria no mesmo vôo... e para a mesma cidade... e coisa e tal... e pá e pans... entenderam, né?
E foi rolando check in, e embarque, e vuco-vuco, e vuco-vuco, e eu de olho no tal “gateeenho”... todo mundo tomou seus assentos, eu que não sou boba nem nada com radar no olhão aberto para ver se o lugar ao lado do moçoilo estava mesmo vago. E já estava de pé, me preparando pra trocar de assento (e não preciso dizer onde eu ia sentar, preciso?), quando fui, literalmente, imprensada por uma vovó aparentemente inofensiva e seu netinho de oito anos (claramente nada inofensivo). Ela me olhou com aquele sorriso chantagista cheio de doçura e dentes artificiais, bem típico das vovós, e pediu, o mais desprotegidamente possível, que eu lhe fizesse companhia durante o vôo, pois morria de medo de viajar de avião. Que #$&@*%$#... justo na hora em que eu me preparava para consumar o meu plano infalível... mas se aquela velhinha tivesse um treco no avião e batesse as botas, eu ia carregar a culpa da minha volúpia pelo resto da vida, Deus me livre alguém perder sua vovó por minha causa. Paciência. Fiquei.
Não demorou muito para que a vovó se revelasse uma criatura de altíssima periculosidade. Em menos de dez minutos após a decolagem aquela boquinha nervosa se danou a enumerar todos os casos de acidentes aéreos que havia presenciado durante sua vida inteira (e olha que ela já tinha vivido muito)... e juro que não havia mais nenhum vestígio da velhinha que havia me aliciado com aquele tipo de vovozinha indefesa – o rosto se contorcia numa expressão de prazer mórbido, os olhos se esbugalhando, os braços gesticulando, e gesticulando, e gesticulando... e eu me encolhendo na poltrona, achando tudo aquilo realmente muito desagradável. Na melhor das hipóteses, aquela vovó devia ser uma gângster. E ela falava, e o netinho falava, e eu me encolhia mais e mais, e os “causos” não tinham fim, e os dois atacavam a minha bandeja e enfiavam os petiscos dentro da bolsa “para fazer uma boquinha antes da aterrissagem”... e o cabeludinho vendo tudo lá do lugarzinho dele, se lascando de rir, com certeza achando que eu era sangue daquela terrorista. Não adiantava mais nem jogar charme, no way um “gateeenho” descoladíssimo daqueles dando papo pra uma integrante da família Adams.... Diante disso, só o que eu podia fazer era me recolher à minha insignificância e esperar aquela viagem tenebrosa terminar de uma vez.
Assim que anunciaram o desembarque, peguei minhas coisas e capei o gato do avião quase voando, sem olhar para a cara de ninguém – porque o meu desconfiômetro pode não funcionar para algumas coisas, mas para outras é uma beleza... e já ao lado da esteira rolante, esperando pacientemente minhas malas com cara de “quem-não-comeu-e-não-gostou”, senti uma mão me tocar o braço. Gelei. Pelamordedeus, aquela velhinha de novo não... e qual não foi minha surpresa quando me virei e não vi a vovó terrorista ali. Quem era, hein, hein, hein? O cabeludinho, mó sorrisão, dizendo que tinha se divertido horrores, que eu era um anjo de paciência e patatipatatá... ainnn, coisa lindaaaaa... nos apresentamos, trocamos telefone, nos vimos vááárias vezes... e nem preciso dizer que não foi só por causa da tortura psicológica imposta pela vovozinha macabra à singela pessoa que vos fala que essas férias entraram para a história, né? Eh, laiá!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desventuras em Série - A Mulher do Papai Noel


Bom, esta não é uma história que tenha acontecido comigo ou que eu tenha presenciado, mas já a ouvi tantas vezes que parece mesmo que estava la... Fora que a testemunha ocular e protagonista me autorizou... hehehehe...

Juju e Fabi voltavam num pra casa depois da faculdade. Era um dia de semana qualquer, próximo ao Natal. A mãe da Fabi, que as tinha buscado na faculdade, precisava fazer umas compras no mercado. Nada como ter hipermecado aberto 24 horas, tudo mais tranquilo, sem filas imensas, bem mais convidativo que em horários comerciais. O fato é que lá foram. Resolveram então ver os enfeites de natal, enquanto a mãe ia fazer suas compras. O hipermercado estava muito tranquilo, quase vazio mesmo. Viram luzinhas, bolinhas de todas as cores, árvores, bonecos de neve, papais-noeis, renas... tudo quanto era tipo de enfeite. Realmente é encantador ficar vendo a diversidade de enfeites... os olhos até brilham...

As meninas olhavam e comentavam... preços... cores... quando notaram a aproximação de uma mulher, muito bem vestida, tipo madame mesmo. Nada demais, afinal, estavam no mercado. Ou não seria... Observam que a mulher fala sozinha enquanto olha os enfeites... tudo bem... sociedade moderna... as pessoas se sentem sozinhas... é quase aceitavel que falem sozinhas... Continuaram a olha os lindos enfeites... mas foi inevitável não notar que a mulher agarrara um papai noel e estava abraçada a ele... e ela começou a se aproximar... Olhou para as meninas e foi dizendo:

- Comprei um papai-noel destes esta semana. Mas ele esta com a roupinha descosturada. Será que eles trocam? - disse a mulher.

- Acredito que troquem sim, é só a senhora trazer e mostrar o defeito. - disse a Juju, toda compreensiva... mas já com uma pulginha atrás da orelha...

- Este papai-noel é lindo, vocês não acham? - disse a mulher, com olhos um tanto estalados demais...

As meninas se olharam, e trocaram mesmo aquele olhar de... ai ai ai... e responderam juntas:

- Sim!

Eis que a mulher agarra o boneco do papai-noel com mais força e diz, com olhos estalados e cerrando os dentes:

- Porque eu adoroooo este papai-noel. Urhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

É... ela fez um som enfurecido ao final da frase... apertando o boneco nas mãos... meio que esgoelando o probrezinho.

As meninas se olharam mais uma vez sentindo a emergência no ar. Olharam a sua volta e não tinha mais ninguém naquele setor... só a mulher e seu papai-noel... Ela continuou falando com o boneco e olhando para as meninas. Eis que Juju, já tomada pelo pânico, vira e diz:

- Fabi, sua mãe já deve estar no caixa... vamos?????

E sairam quase correndo dali. Nem preciso dizer que esta história teve que ser repetida muitas e muitas vezes. E que se não fosse as duas presencearem a história, certamente nem elas acreditariam no que tinham visto. Mas garanto que a encenação de tudo é ainda mais... bizarra... hehehehe.... a Juju fazendo o "eu adoro este papai-noel. Urhhhhhhhhhhhh" é simplesmente hilário... hauahuahauaha

Fato é que demoraram a voltar aquele setor do hipermercado. Nunca mais na época do natal em quase madrugada... Vai que encontram por lá novamente a mulher do papai-noel...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A saga do passarinho surtado...


Mais uma da série “essas coisas só acontecem na minha vida”...

Estava eu voltando do banco para a minha casa, um pouco antes da hora do almoço. Um sol de rachar, dia lindo, eu no alto dos meus scarpins pretos, maravilhosos de lindos, os cabelos esvoaçando ao vento e o mp4 bombando minhas músicas favoritas... (só não vou dizer que era uma visão do paraíso, porque além de linda e inteligente eu também sou muito modesta...).

“Do nada”, com a minha visão periférica (sim, porque a de raios-X não tava funcionando na hora) eu percebi alguma coisa grande e preta voando em minha direção... Na hora o meu primeiro pensamento, como sempre algo suave e gentil, foi: “fudeu”. Não deu outra... aquela coisa voadora me acertou bem em cima da cabeça e eu fiquei pensando “what the poha is that????”

Era um passarinho de um tamanho bastante considerável (praticamente um URUBU)...eu fiquei com pena, pensando que era vesguice ou que ele estava com labirintite, mas qual não foi minha surpresa quando ele fez a volta e acertou a minha cabeça mais uma vez? Nunca na minha vida eu tinha visto um passarinho fazer isso!!!! Fiquei pensando se era uma passarinha na TPM, se tinha um ninho por perto ou se (pior das três) eu tava com algum bichinho nojento nos meus cabelos (minhocas na cabeça eu tenho, mas ficam dentro, acho que ele não viu)...

Bom, apesar de bolsa de mulher ter tudo o que você possa imaginar dentro, infelizmente eu tinha deixado o meu estilingue (aqui chama bodoque!) em casa e tive que pensar em outra saída... O passarinho gostou da brincadeira e ficou dando várias “voadoras” em mim, até que eu assumi a minha posição de combate (com a bolsa em punho) e pensei, sempre com a gentileza de um rinoceronte, “volta aqui, seu fila da p***, pra você ver o que te faço!!!”

Pois bem... Ele veio... Acertei em cheio, foi só pena voando e passarinho voando mais rápido ainda, só que agora na direção oposta... Depois disso eu dei um monte de gargalhadas (rindo de mim e da situação, claro!). Não, eu não sei quanta gente assistiu isso porque não tive coragem de olhar...

E, antes que alguém fale “coitadinho”, lembre-se que foi ele quem atacou primeiro, eu só estava me defendendo!!! Fiquei com medo de levar uma cagada na cabeça, literalmente, já que no sentido figurado até que acontece bastante... Posso jurar que até vi aquela mira laser da bazuca anal dele mirando bem no meu olho...

Depois de me livrar dele ajeitei o meu cabelo, coloquei o sutiã e os peitos no lugar (aquela levantadinha básica) e segui o meu caminho, feliz da vida em participar do equilíbrio do universo e da cadeia alimentar, onde só os fortes sobrevivem...

Aquele foi um dia de merda!!! Sinceramente, tenho sérios problemas com bichos voadores... Só faltou um cachorro mijar na minha perna (sim, eu sei que cachorro não voa, é só um exemplo!), mas não vou nem falar isso em voz alta, porque depois desse passarinho eu não duvido mais de nada...

- Anne -  

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Duro de Matar


Se eu adivinhasse que 500g de ração para gatos me custariam, além de alguns trocados, intermináveis minutos de tortura psicológica, teria certamente evitado aquela fatídica ida ao supermercado.

É claro que eu havia escolhido a fila mais lerda. Enquanto eu elucubrava com meus botões sobre quanto sofrimento é necessário para comprar um pacote de ração em um supermercado em uma ensolarada manhã de sábado, a "madama" que ocupava o lugar atrás de mim desistia de suas compras – abrindo caminho para aquele que estava predestinado a ser o meu algoz.

- Que bonitinho, a gatinha comprando comidinha.

Virei-me, o alerta vermelho já piscando no meu cérebro, o terror começando a se desenhar no meu rosto diante da ameaça iminente. Procurei identificar o inimigo: 20 a 25 anos, provavelmente 1,75m de altura, camiseta estilo sou-macho-pra-caráleo (também conhecida como “mamãe-quero-ser-puta”) mostrando o bíceps, cara de garanhão transbordando testosterona. Esbocei um sorrisinho tão amarelo e murcho quanto uma folha seca. Ele entenderia que eu não estava para papo.

- Qual o seu nome, meu amor?

Pasmem, ele não entendeu. Inventei uma alcunha qualquer e tentei me desvencilhar daquele machossauro em potencial.

- A gatinha tem telefone?

Pai, afasta de mim esse cálice.

- Desculpe, não é nada pessoal. Mas não costumo trocar telefone com desconhecidos.

Ele estufou o peito e fez uma cara que, na sua nada modesta opinião, devia ser uma bomba ultra-mega-blaster-power-sexy.
- Tudo bem, gata. A gente pode dar um rolé pra se conhecer melhor.

Oh, céus, ele me chamou de “gata” outra vez. E que negócio era aquele de dar um rolé? Respirei fundo, contei até 10 e disse, o mais polidamente possível, que não era uma boa idéia. Ele caprichou na cara de “todas se rasgam por mim – i’ve got the power” e disparou:

- Qual é, gata, por que o medo? Você vai gostar.

Ai, ai, ai... Aquele pseudo-galã-canastrão-de-quinta estava esgotando todas as possibilidades de eu não descer do salto – ou melhor, das minhas sandálias havaianas. Nem adiantava explicar que não era medo, e sim o meu sensor "anti-descerebrator-Tabajara" funcionando com força total... Fiquei pensando na melhor forma de reduzir a pó toda a empáfia da criatura mas, na falta de uma idéia brilhante, mais uma vez prevaleceu minha gentileza.

- Olha, eu realmente não quero ofender você. Só que não pode ser, entendeu?

E eu ainda tinha duas pessoas sem pressa nenhuma na minha frente. Tudo isso por um pacote de ração... uma senhora havia deixado o marido esperando no caixa por pelo menos 10 minutos, enquanto tinha ido procurar não sei o quê em alguma gôndola perdida por ali. Por que cargas d’água não sair de casa com a lista de compras pronta? Você não esquece nada, ganha tempo e, eventualmente, ainda pode salvar uma vida. Oh, céus, oh, vida, oh, azar.

Ele desembestou a desfiar um rosário de suas (supostas) qualidades, basicamente resumidas ao culto do próprio físico - coisa previsível diante das cavalares quantidades de suplementos alimentares no carrinho de compras do superboy (realmente, inteligência não era seu forte). Eu, que nos momentos de tensão costumo lançar mão de uma coçadinha básica no lóbulo da orelha, estava praticamente à beira de uma crise de urticária... Foi quando, como um relâmpago, minha mente se iluminou com o perfeito golpe de misericórdia. Revesti-me de toda minha graça feminil, olhei candidamente no fundo de seus olhinhos marombados e, suavemente, pronunciei, quase sílaba a sílaba, a sentença de morte:

- Querido... Gostei de você, verdade. Você é uma gracinha. Só que... sabe o que é? É duro ter que dispensar a companhia de um cara tão interessante, mas eu tam-bém gos-to de me-ni-nas...

O aspirante a He-man me olhou como se eu fosse uma cápsula de suplemento com prazo de validade vencido. "Foi mal, aê", e trancou-se em um mutismo solene. Paguei meu pacote de ração e disparei para o estacionamento antes que algum gesto menos estudado denunciasse meu golpe.

Enquanto escrevo esse depoimento emocionado, regado a compulsivos goles de café amargo e pelando de quente e ao som da voz da Cristina Aguilera profetizando“What a Girl Wants”, penso no poder afrodisíaco que a inteligência masculina exerce sobre minha singela pessoa. E, SÓ PRA CONSTAR, EU GOSTO (E MUITO, DIGA-SE DE PASSAGEM) DE MENINOS, EXCLUSIVAMENTE E SOMENTE. Mas, se em um mundo de predadores cruéis, o ataque frontal é a arma dos fortes, o mimetismo ainda é uma das mais eficazes armas dos espertos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Desventuras em Série - Nanotecnologia....

A Bienal do Livro de São Paulo é um evento inigualável pra quem gosta de livros... Eu amo livros e com certeza me divirto muito nas varias visitas que faço. Ano passado não foi diferente. Eu sempre faço mais de uma visita... uma para pegar os marcadores de página (eu coleciono!!!) e ver a "cara" dos stands e outra pra ver os livros... isso pelo menos... hehehe... Mas teve uma novidade... eu iria com meus alunos assistir a uma palestra, promovida pela Editora Paulos, sobre o Poder da Mídia. O pessoal chegou meio que encima da hora, eu já estava lá esperando. Entramos no pequeno auditório e nos acomodamos quase que no fundo, visto que a sala já estava cheia. Fiquei um pouco mais na frente, no final das contas. Como sempre sou a "fotografa" oficial... estava tirando fotos. A palestra foi entre escritores de uma linha de livros sobre comunicação, e entre eles estava o Prof. Marques de Melo, meu ex diretor dos tempos de faculdade e professor no mestrado e é o diretor da Catedra Unesco/Metodista.

Bom, até ai vc deve estar se perguntando... o que isso tem haver com este blog? Muita hora nesta calma.... hauahuahauaha... O assunto é delicado...são lembranças difíceis... hauahauhaua....

A palestra terminou, eu já tinha tirado várias fotos dos alunos, do evento e tal... ai começou a parte das perguntas... Uma aluna minha se inscreveu pra perguntar, ai eu de maquina na mão tirando mais fotos... um homem atras de nós tb se inscreveu. Seriam feitas 3 perguntas para depois os palestrantes responderiam, porque o tempo estava curto. Minha aluna foi a segunda a perguntar, eu toda orgulhosa fotografei, claro. Ai veio a vez do homem... Ele se levantou, e começou a falar:

"Cheguei atrasado, vocês me desclpem. Eu vim de longe, vim para a Bienal para mostrar meu livro, sou escritor e fui sequestrado. Estou apenas com a roupa do corpo e estes CDs. Eu queria que vocês falassem sobre como a mídia pode ajudar, falando mais sobre isso. Só me sobraram estes CDs aqui com o meu trabalho. Fui sequestrado por seres de outro planeta e tive 40 nanochips instalados em seu corpo. No momento estou sendo monitorado por estes seres. A policia não fez nada e não deu atenção ao meu caso. Eu sou escritor e quero saber o que vocês tem a dizer sobre isso, pois a mídia deveria divulgar mais estes casos de sequestro e das conseqüências da nanotecnologia. Eu não estou pedindo dinheiro, não estou pedindo nada, só quero que tirem estes nanochips de mim".

O homem se sentou em meio ao burburinho e já da pra imaginar a cara de todos na platéia... Olhei de relance pros alunos... pq na verdade a vontade de gargalhar estava misturada ao medo... medo mesmo....
Nem preciso dizer que a pergunta do homem foi ignorada... Nem se comentou nada sobre ela na palestra. Mas a verdade é que toda hora eu olhava para trás, onde estavam os alunos e o tal homem... além do medo... eu fiquei observando se ele apresentava alguma "reação adversa" em decorrência da chipagem... Sabe como é... maluco chama maluco né????

Ao terminar, saimos todos do auditório e fomos conversar la fora. Comentar, é lógico, sobre o caso dos nanochips. Estava a criatura aqui falando e comentando e imitando o homem dizendo aquilo quando as meninas esbugalham os olhos pra mim e minha mana da uma descarada cotovela no meu braço... olho para trás e quem vinha em minha direção???? Quem??? Claro!!! O homem dos nanochips... com os cds na mão... cara de maluco... passa me olhando... e nem, disfarçar eu consegui... hehehehe... O cara passou... olhando para nós e foi andando falando sozinho... é... ele saiu falando sozinho ainda... hauahauhaua

Nem preciso dizer que esta historia rende até hoje... basta falar em nanotecnologia que a Carlinha arrepia toda... hahahaha... Outro dia falando disso numa aula a garota quase teve um treco... hauahauhaua... Fiquei imaginando pq tanto nanochip... e pq os "seres" tinham pego um escritor sem expressão, ao invés do Paulo Coelho ou coisa assim... E onde estariam os nanochips???? E me diga... pq o homem não saiu em foto nenhuma? Serio... estava atras de nós e não apareceu em foto alguma....

Bom... por via das dúvidas..... cuidado com "seres" diferentes na próxima bienal do livro ou qualquer outro grande evento... e se tiver nanochips e coisa assim... bom... nada contra ta... amiga... Mila amiga... hauahauhauaha

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A areia movediça...


Dia lindo de sol, férias, calor, verão, beira da praia... Uma seeeede que Deus mandava e já era perto da hora do almoço. Meu estômago literalmente colado nas costas (nem uma bolachinha desde a hora do café), mas a sede era o que exigia uma providência mais imediata...

Eu e uma amiga resolvemos ir até um barzinho desses de beira-mar, e eu tive a feliz idéia de tomar uma caipirinha. Eu amo caipirinhas não importa de qual fruta, não importa com que substância alcoólica é feita... Nem que seja com uma pinga das bem vagabundas, eu tomo, sempre “facera”!!!! Nesse caso era de limão e não-sei-mais-o-que.

Naquela sede, tomei a primeira que desceu ladeira abaixo refrescando até as calcinhas (do biquíni, lógico)... Praticamente em um gole só. Aí pedimos mais uma, que desceu mais ou menos feito bêbado de patins em ladeira, suaaaaave...

Na hora de levantar do banco, aparentemente tudo sob controle... Quando dei o primeiro passo foi que a coisa “enfeiou”. Nunca tinha visto aquela areia tão fofa! Olhei para a minha amiga e comentei:
- Menina, não sabia que nessa praia tinha areia movediça!!!

Coloquei os óculos escuros, só para ver se disfarçava um pouco, e fomos para casa em busca do salvador almoço... Chegando, toda a família reunida na mesa, mas quando digo toda, significa TODA mesmo! Até minha avó e todos os tios, tias e primos, sentados almoçando. Entrei na maior sutileza, ainda com os óculos, pensando que ninguém ia notar a “rebordosa” da caipirinha. Mas eis que minha língua me trai ao abrir a boca e soltar um sonoro:
- E aeeeeee, famíiiiiiiiliaaaaa.... (leia isso como se sua língua tivesse uns 10 cm de espessura)

Ao mesmo tempo em que falei, minha mão direita fazia um “paz e amor” com os dedinhos e estava com aquele típico sorriso “ganhei na mega-sena” que algumas pessoas exibem nessas horas de consciente alterado (bebedeira nada, eu não bebo!!!! Quem foi que me avisou que o superego é solúvel em álcool mesmo???)

Naquela hora podia jurar que vi minha mãe se enfiar embaixo da mesa, mas acho que era só impressão. Depois ela foi lá dentro me dar o almoço e eu falei com ela no dialeto “enroladez” – que aprendi no FISK:
- Mãe, desculpa mesmo, eu juro que não entendo! Minha cabeça tá pensando normal, mas a língua não se coordena...

No fim das contas ela acabou rindo um monte da minha cara. Eu não bebo (tá, Milinha... na época não bebia!) e por isso aquilo pegou muito fácil. Minha avó até hoje manda tirarem sempre os copos de caipirinha de perto de mim, com a sutileza de quem grita avisando a vizinhança de um incêndio, toda esbaforida! A família toda ainda lembra (porque coisas assim nunca são esquecidas?)

E eu lembro de ter tirado o colchão da “cama de cima” do beliche e colocado na área da frente da casa, para poder dormir tomando um ventinho e com os braços e pernas no chão, porque o mundo parecia tãoooo instável! Caipirinha eu sempre vou tomar (hohoho), mas depois dessa, vou ter cuidado e fazer isso de forma leeeeenta, muuuuito leeenta e com o estômago cheio...

- Anne - 

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

A Saga do Peixe Frito


Alguém aí conhece outro alguém traumatizado com peixe frito?

Caso sua resposta seja negativa, muito prazer, Flávia. A origem do drama vem de longa data: no auge dos meus singelos nove anos, quase fui assassinada por uma posta (eu disse Posta) de peixe frito. Era domingo e a família estava toda reunida em um restaurante lotadérrimo. E eu era uma garotinha fresca. Sempre tive aversão a tocar a comida com os dedos, o que significa que até mesmo o peixe era cuidadosamente destrinchado com grafo e faca (uma prévia das minhas habilidades com o bisturi). As reuniões gastronômicas da minha família nunca foram sinônimo de mar de tranqüilidade... na verdade, mais pareciam reuniões do hospício!!! Foi em meio à barulheira de vozes e talheres que senti aquele troço, que mais parecia um “vergalhão” de aço, estacionar na minha garganta. Esbugalhei os olhos e, com as mãos agarradas ao pescoço, tentei me fazer entender em meio à confusão.

- Gá... gá... gáááá... aa...
- Fala, minha filha. O que foi? – e mamãe continuava distraída com a história de não-sei-quem-fazendo-não-sei-quê-não-sei-onde que meu tio contava (e aumentava).
- Gáááááááá...
- O que foi, meu amor? Quer mais um golinho de refrigerante, quer?
- Gáááááááá...

Eu gesticulava feito uma louca com as mãos ora agarradas no pescoço, ora abanando-se furiosamente no ar, o corpo sacolejando espasmodicamente na cadeira, o rosto vermelho de desespero e raiva por estar morrendo daquela forma tão idiota – assassinada por uma espinha de peixe. A essa altura os “gááááááá” haviam já se transformado em um misto de indignação e luta pela sobrevivência. Eu tinha nove anos e estava prestes a esticar as canelas (abotoar o paletó de madeira, comer a grama pela raiz, ir para a terra dos pés-juntos) pagando o mico do ano no meio de um restaurante abarrotado de gente.

Não sei quanto tempo levei naquela mímica ridícula – o fato é que mamãe percebeu que não era firula e que, definitivamente, aquilo não era vontade de tomar refrigerante... ela olhou para mim e o instinto de preservação da espécie foi incontrolável, assim como o grito que irrompeu assustador da sua goela maternal.

- Socooooooooooooorro! Minha filha está morrendo! Acudaaaaaaaam!

A hecatombe que se seguiu foi o equivalente microcósmico do apocalipse (o que quer que isso signifique). Apareceu gente de todos os lados, incluindo família, garçons, gerentes e curiosos mórbidos doidos pra acompanhar a novela mexicana da “menina que estava morrendo engasgada, tadinha”. As soluções para me resgatar da morte iminente eram mais apavorantes do que a possibilidade de passar desta para melhor.

- Dá farinha para ela, minha filha – e vovó dizia isso despejando uma chuva de farinha de mandioca dentro da minha boca aberta, uma delícia!!! (Notaram o sarcasmo aqui, não???)
- Faz ela comer banana.
- Tragam água. Tem que beber água gute-gute!

E foi uma avalanche interminável de água gute-gute, farinha de mandioca, banana e “gááááááá”... Davam-me tapinhas nas costas na tentativa de me desentalar. O barulho era tanto que não duvido que tenha inclusive corrido um bolão por ali... felizmente havia por perto alguém sensato o suficiente que se lembrou de chamar os paramédicos, que me enfiaram um troço na garganta e retiraram a espinha-vergalhão-pseudo-assassina.

O gerente, com medo de que o incidente manchasse a reputação do restaurante, deixou nosso almoço fatídico por conta da casa. Passei uns longos dias com a goela dolorida, e uns longos anos sem conseguir me aproximar de peixe frito, farinha de mandioca e banana... continuo destrinchando ainda mais meticulosamente a comida com os talheres. A lição? Nunca, jamais, subestime o significado oculto de um “gáááááá”...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Desventuras em Série - O caso da Boneca


Infância é mesmo uma fase impagável... Esta história que eu vou contar... é meio lembrança e meio contada pela mamis... afinal... eu não tenho memória de elefante... apesar da compleição de uma... hauahuahaua... Segundo mamis este fato aconteceu quando eu tinha 2 ou 3 anos (dai eu não me lembrar ao certo...)... A questão é... eu tinha uma Mônica daquelas antigas (logico... quando o fato aconteceu ela era novinha.. hehehe), de plástico duro... que tenho até hoje alias... hehehe... é essa mesmo da foto... hahahaha... Estava eu brincando com esta pequena coisa delicada... na lavanderia do apartamento... la la la... quando eu boto, sabe-se Deus como... a bendita da delicada boneca no parapeito... e adivinha??? lei da fisica??? e de Murphy??? A boneca escatapluff la pra baixo...

Eu morava num apartamento tipo sobreloja, que ficava numa movimentada esquina aqui de São Caetano, encima de uma revendedora Yakult (imagina se isso prestava??? hauahauahua)... mas voltando ao caso... A boneca se catapultou la de cima... não era muito alto... mas era tipo primeiro andar... Se vc notar bem... esta boneca... alem de cabeçuda... tem o corpo vermelho (obvio) e sua junção é exatamente ai... ai vou la chamar mamis (isso eu lembro) com aquela cara de cachorro que derrubou o vaso (Anne... nada pessoal... hauahuahau) e conto que minha "bonequinha" tinha caido sem querer pela janela da lavanderia.... Mamis olha pela janela e ve uma multidão e uma gritaria na rua... Missilaaaa... olha o que vc fez!!!!! Mamis ficou pensando que a delicada boneca poderia ter arrebentado a cabeça de alguém, pq tinha uma senhora berrando e chorando lá embaixo... Mamis desceu pra ver o que tinha acontecido, se tinha machucado alguém ou coisa do tipo... e eu lá... sem enxergar nada (era alto ne???)... esperando... ai vem a parte que só mamis poderia contar... hahahaha....

Ela desceu... as pessoas olhavam pra mamis ou com cara de horror ou de riso... minha mamis achando tudo muito estranho... vai até a senhora que olha com cara de horror pra mamis gritando... "Ah menina.. a menina caiu... ai meu Deus... sangue... a menina!!!".... Resumindo o caso... a senhora... que era uma vizinha de rua e me conhecia (eu nem falava com o mundo sabe...) e sabia que eu morava ali, viu quando algo caiu da lavandeira e caiu no chão... ao cai no chão... o que caiu separou cabeça do corpo... e pra fazer a mulher entender que o que tinha caido tinha sido a boneca e não a criaturinha aqui??? hauhaauhaua... ela botou as mãos no rosto e só gritava "ah menina"... não ouvida ninguem... hauhauaha...

Mamis teve que me buscar pra mostrar... ai a mulher que abraçava e chorava... e eu não entendendo nada... só queria a minha Mônica... e queria saber se tinha como consertar... hehehehe.... Nem preciso dizer que mamis me proibiu de brincar com a boneca na lavanderia ne???? Ninguém sabe como eu consegui colocar a boneca la pra acabar caindo... Nem eu... hahahaha... Mas posso garantir que a boneca é boa beça, tanto que tá inteirinha até hoje... como mostra a foto... hehehe.. ai ai...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A montagem da violeta!

Minha mãe tinha uma "coleção" de violetas. Eram mais de 100 e ficavam todas em uma prateleira na garagem. Por isso, nós éramos proibidos de jogar futebol ali.

Um belo dia, meu irmão com suas idéias geniais, decretou que jogaríamos na garagem mesmo, com cuidado, porque estava chovendo e não dava para jogar lá na grama. Com o baita cuidado e a sutileza do meu mano no chute, acertamos em cheio um dos vasinhos mais bonitos. Ele olha para mim, eu quase chorando (naquela época as mães não tinham NADA contra uma GOSTOSA chinelada...), pensamos... o que fazer???

Em mais uma brilhante idéia do meu mano mais velho - o oráculo, ele era um gênio já naquela época - nós simplesmente "montamos" a violeta devolta. Imaginem a carinha do guri, olhando para a terra e falando "essa folha vai aqui, essa flor aqui, acho que aqui fica melhor..." (com a linguinha de fora no canto da boca e a "mufa" queimando de tanto pensar). Nos escapamos daS chineladaS naquele dia (sim, minha mãe só chinelava no plural), só que a natureza é muito sacana quando quer...

A violeta, logicamente, começou inexplicavelmente a murchar. Minha mãe resolveu olhar o que se sucedia com ela e, ao tocar uma folha, "do além" a folha ficou na mão dela... lembro tão claramente daquele grito que me era tão familiar: "Rodriiiigoooo, Luciaaaneeee". Nessa hora meu mano olha para mim, olhos arregalados, e diz a frase que eu lembro com mais clareza ainda, de taaanto que ele usava: "CORRE, LU"!!!!!

E eu corria... corria com minhas perninhas de 5 anos, corria com o havaianas soltando as tiras, mas como não dava para arrumar naquela hora, eu tirava e corria de pés descalços no calçamento mesmo, não sentia nem dor, de tanto cagaço!!!! Beeem mais tarde, quando anoitecia, voltamos para casa e minha mãe só viu 2 cabecinhas na porta, uma em cima da outra, com o corpinho ainda para fora (em rota de fuga) e a pergunta "mãe, tá mais calma???". Ahhhh, bons tempos aqueles...

Sinceramente, ainda acho que a gente apanhou muito pouco...

- Anne - 

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A Casinha ganhou seu primeiro selinho!!!

Oi pessoal!!!

Este post é pra comemorar o primeiro selinho recebido aqui pelo Espasmos. Este nos foi dado pela queridissima Carlinha do blog Aventuras de Carlinha. é o selinho "este Blog é escrito com amor"... olha... não sei se é escrito com amor... mas que com muitas gargalhadas nas Madruagadas Insanas ah isso ele é... hehehe... A regra é passar pra 7 pessoas... mas convenhamos que o Espasmos não é lugar de regras, logo... riam, sejam felizes e recebam o selinho!!! Ops... se for selinho selinho só nos moços ok??? huahauahauahua...

Eu e a Anne agradecemos muito a indicação, ficamos honradas e certamente rolaremos de rir em comemoração!!!!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Desventuras em Série - Coisa de criança...


Bom... fiquei um tempo pensando no que escrever no meu post inicial aqui na casinha... Sempre tenho histórias engraçadas, mas depois de ler a da Anne e rolar de rir eu acho que deu branco... hehehe... ai fiquei pensando... pensando... e nada aparecia... ai perguntei a minha mana... pra ela me ajudar... ela fez a cara de "e eu com isso"... hauahaua... e ai... lembrei!!! hauahauahua
Nem é tão engraçado... afinal... eu acabei levando uma sova no final... mas vamos aos fatos... Tenho uma irmã que veio assim de surpresa, quando papis e mamis pensavam que eu seria filha unia... eu ja tinha 12 anos quando a mana resolveu dar o ar da graça... e eu queria um irmãozinho... mas tudo bem ne??? Ai foi crescendo... pegando minhas coisas... senhor... dai-me paciência... e a ariana ia crescendo e ficando geniosa... deu pra morder... eu mereço??? E adivinha quem era a vitima??? A tonta da irmã mais velha.... pois é... um dia... a criatura vai la e tenta arrancar um pedaço do meu braço... eu berro chamando a mamis que não tinha mais paciência pra isso... e nisso... a espertinha... percebendo que o caldo ia entornar o que faz??? Se morde... Ai chega a mamis... eu mostro o caroço no braço... reclamo e a mana aos prantos... dizendo que eu tinha mordido ela primeiro... mamis olha o bracinho dela e tá la a mordida... com a boquinha pequenininha... que logicamente não poderia ser a minha... o que mamis faz???? Cai na gargalhada... olha que bunitinhaaaa ela fez isso pra disfarçar... eu tava p da vida... com o caroço no braço, querendo amassar a cara da criatura e a mamis rindo e achando bunitinho... depois aquela frase que ouvi muitas e muitas vezes... "Ah... mas ela é pequeninha... não fez por mal...você é mais velha e tem que entender..." Entender??? Será que alguem entendeu que eu quase perdi um pedaço do braço e que tão achando graça??? Ai ai... Hoje a mana conta que sabia direitinho o que fazia... e mamis diz que não lembra desses detalhes... que eu exagero... ai ai... Mas só pra valer a sova se ela ler isso (é... ela ainda bate em mim... tipo... eu commais de trinta... mas segura o bichinho... segura... )... Uma vez... ela fazendo palavrinhas cruzadas... daquelas que tem figurinhas pra escrever nos quadrinhos... eu fazia magisterio na época... fui ajudar a maninha que estava conhecendo as primeiras letras... até ai... qual o desenho??? uma banana... eu começo a soletrar... vai la... B... A... N... A... N... A... ela já me olha com aquela carinha de vai dar zica... proximo desenhinho... uma tartaruga... la vamos nós... T...A...R...T...A...R a mana para olha com aquela carinha vermelha de odio e diz... "Você ta mingananduuu!!!!"... e la vem bifa... e eu ria... falei queera verdade... e nada fez ela acreditar até minha mamis confirmar que era repetido assim mesmo... que eu não estava enganando era... e eu la... apanhando e rolando de rir... eu mereço??? Será que o carinha que faz as malditas palavrinhas fez de propósito??? Ainda bem que a fase de morder tinha passado... hauahauahua...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Dias de trovão - a cirurgia


Fim do ano passado me internei no hospital da minha cidade para fazer uma cirurgia no estômago e arrumar o dito do problema de refluxo que me incomodava desde que nasci. Normalmente eu acordava todas as noites com "o troço na goela" e não era do tipo que entra pela boca, mas do tipo que sobe de onde não deveria (e sobe com tração nas quatro rodas)...

Logo ao internar me deram uns comprimidos e mandaram que eu colocasse aquela oitava maravilha da natureza... a camisola verde pavor, aberta nas costas. Poucas coisas no mundo são mais ridículas do que aqueles sapatinhos de cirurgia! Não pude evitar de me comparar a um baita frango pronto pra entrar no forno. Se você colocar aquilo e se deitar naquela maravilhosa posição de cadeira de ginecologista, é um frango perfeito!!!!

Ao deitar na mesa gelada, eis que surge o meu médico (adoro ele), aperta minhas bochechas (do rosto, viu?) e pergunta: "como vai essa mimosa menina?". Olha... entre a camisola, o sapatinho e o "mimosa" ainda não decidi qual é o mais pavoroso!!! O anestesista começou a me explicar tudo o que ia acontecer comigo, como ia ser e blábláblá, ao que respondi:

- Doutor, corta o papo, injeta logo esse treco que eu adoro a parte de entrar na anestesia... o problema é a hora de sair dela, mas entrar é uma doidera!

Tudo correu relativamente bem! Na hora em que saí da anestesia o médico estava ao meu lado para explicar sei lá eu o que... a primeira coisa que lembrei de perguntar foi "doutor, iodo mancha a pele?". Ele ficou com cara de "vou ignorar a pergunta porque a maluca não deve estar raciocinando direito ainda", mas respondeu que não. É, eu tava com medo que o iodo tivesse manchado as minhas tatuagens... rs. Foi um alívio (só minha mãe que pensa que eu não vi ela rindo da minha cara quando perguntei isso).

Mais tarde, só eu e minha mãe no quarto, deu vontade de fazer xixi (horas depois de voltar da anestesia). Com um corte enorme e o quarto girando, não dava para ir ao banheiro e lá vem a mãe com a tal da "comadre". Pelamor de Deus, será que hospital só tem objetos estranhos, constrangedores, doloridos ou gelados? Enfim, fazer xixi deitada, em uma coisa metálica que dói ao encostar na pele é péssimo. Acabou sendo um breve momento de retorno à infância, porque a anestesia tirou a sensibilidade e eu relembrei o que é molhar o pijama... que fim!!! Achei que tinha terminado e não tinha, sabe como? A frase a seguir foi linda... "xiiii, mãe, acho que molhei o meu pijama novinho... desculpa e socorro!!!!"

Depois mais 30 dias de dieta líquida... sim, LÍQUIDA! Sinceramente, eu mato quem me convidar para comer sopa, a não ser que seja uma bem grossa e cheia de coisas sólidas dentro. Entre mortos e feridos, sobrevivi com um estômago refeito, uma cicatriz na barriga, 10 quilos a menos e posso dormir deitada sem surpresas internas na madrugada.

Lembro de ter estranhado o fato de o meu médico não saber que eu tenho uma mega tatuagem nas costas... pensando bem, estranho seria o fato de ele perceber que eu tenho, já que pra fazer uma cirurgia de estômago eu não teria que ficar nua de costas para ele...

- Anne -