domingo, 22 de janeiro de 2012

Sobre as coisas que ninguém conta das férias...

BR 101, janeiro de 2012. Pequena cólica intestinal causada por um pouco de leite sujando o meu café. Eu, como qualquer ser humano, imaginei ser apenas uma dorzinha passageira... ME ESTREPEI. Começando a subir a serra, minha prima (dirigindo) avisa que dali para a frente só haveria uma possível parada quilômetros a frente. Como todo intestino filha da puta que se preze, o meu resolveu funcionar a todo vapor, iniciando o fim do mundo para a minha pequena pessoa (ou pelo menos para uma parte de minha nem tão pequena pessoa). Respirei fundo, testei várias posições no banco do carro, cheguei mesmo a considerar uma ROLHA ou uma moita, e o implacável intestino não queria neeem saber de conversa ou negociação.

Quando eu já estava quase chorando (literalmente), apareceu um posto. Minha prima praticamente arremessou o carro até ele, eu a peguei pelos ombros agitando a pequena e gritando em evidente desespero "onde fica o banheiroooooo?". Ela simplesmente me olhou com aquela pouca compaixão de quem não está se cagando e disse "como é que eu vou saber?". Fui andando até o moço do balcão (porque se corresse, certamente me cagava) e perguntei com toda calma que me foi possível. Ele mostrou e eu fui andando. Ainda bem que o banheiro era enorme e bem perfumadinho, um pouco de privacidade nessas horas vai muuuito bem.

Resolvida essa etapa de merda (literalmente), seguimos viagem. Já em Curitiba volta e meia eu era obrigada a terminar um almoço correndo, sair do cinema com o filme pela metade, passar uma noite inteira no trono, essas coisas maravilhosas que só mesmo uma intoxicação alimentar faz por você.

Quando finalmente passou essa porcaria (ou quase passou), aproveitei para fazer um passeio turístico naquele onibuzinho aberto em cima, que tem em Curitiba. Pois bem... tempo nublado, a besta aqui esqueceu completamente do tal do protetor solar, afinal, pra que? Eu sou tãaaao bronzeada!!! (Tanto quanto um leitão recém nascido!) Não muito tempo depois, adivinhem? O sol apareceu, BOMBANDO. Eu ali, indefesa, virei um torrone! Torrei mais do que os canadenses. O cor de rosa fraco de noite já era vermelho "lombo queimado". Até o couro cabeludo já era. Detalhe é que eu tinha marcado uma tatuagem nova na segunda... Coitado do Rodrigo, meu amigo e parceiro de torração, que se ferrou junto e ainda teve que aguentar o meu humor de merda! Esse vai pro céu!

Cheguei no tatuador com a pele uma maravilha, ainda bem que salvei as costas e deu pra fazer a tatuagem. Ele ficou com tanta pena de minha imbecil pessoa que me deu até remédio e tentou não carcar muito aquelas agulhinhas do mau, mas mesmo assim doeu horrores. Ficou linda, então que se dane! Acho que os braços torrados doíam mais do que as agulhas enfiando nas costas.

Hora de voltar para Floripa... eu e a prima trafegando numa faixa estranhamente lenta da via... eu como não estava dirigindo achei melhor ficar quieta, mas aquela lerdeza já estava me dando nos nervos. "Micheli, você tem mesmo que ficar atrás dessa porcaria de uno? Sai daqui que isso aqui só pode ser um cotejo fúnebre!". Ela na maior calma respondeu "que nada, prima, eles estão com o pisca alerta ligado porque o trânsito tá lento. Isso é engarrafamento". Quando convenci a menina a passar pra outra pista e fomos andando, lá estava, lustroso e brilhante, o caixão no carro da frente... não falei que era um cortejo? Eu é que não vou ficar chorando morto dos outros, pelamor!

Já na BR, fila. A primeira fila foi por causa da carga de um caminhão tombado. Eu e a prima paradas, tomando uma sombrinha da carreta ao lado, uma delícia! De repente ela grita "Luciane, a moto!!!". Tive que me arremessar pra frente pra escapar de uma motinho que estava "pegando o corredor" e quase pegou o que sobrava da minha traseira danificada! Bando de doido!!! Ser atropelada em um engarrafamento seria top de linha dentre as coisas inacreditáveis da minha nada mole vida... A segunda fila foi por causa de um caminhão quebrado... a terceira fila porque? SEI LÁ EU! Se alguém espirra tem fila na porra da 101. E nós lá, sem ar condicionado, sem banheiro, sem paciência...

Finalmente chegamos e... CADÊ A CHAVE DA CASA, MICHELI? "Ah, nem levei, sempre tem alguém em casa". Sempre, menos na hora que a gente chegou da porra da viagem. E lá ficamos as duas, sentadas na parte de fora de casa, ouvindo musica no celular e dando tapas nos mosquitos, emocionante! Uma hora e meia depois, chega o povo, rindo da nossa cara como todo bom parente!

Como se não bastasse, hoje de manhã fui tirar o meu carro do sol pra poder buscar a Micheli no trabalho sem fritar as duas... coloquei o carro na garagem, abri as janelas... dali a pouco foi aquele estouro! A mãe já me grita lá do fundo "Lu, caiu alguma coisa em cima do teu carro". Eu logo pensei "mas que pooooooorra é essa?". Quase perdi as pernas de susto, mas quando fui ver não tinha caído nada não. O vidro de trás estourou sozinho. Eu quase saí xingando um tio que estava cortando a grama do lado de fora do portão, só podia ser uma pedra assassina ou uma graminha mais pesada, vai saber? Enfim, amanhã vou levar o vidro arrumar, pelo menos o seguro funcionou (AMÉM).

Como se não bastasse, pifou algumas coisas no painel do meu carro, infelizmente foi o meu amado ar condicionado. Ainda bem que era só um fusível que o garoto na FIAT trocou pra mim sem nem me cobrar nada! Coisa mais querida! Hoje eu desparafusei a caixa de som do carro pra tirar o vidro que estava chacoalhando dentro dela - estava muito agradável!

Saldo do fim de semana:
Amigos revistos: Quase nenhum, afinal não dava pra convidar ninguém para dividir o vaso.
Pele queimada: Toda a que estava pra fora da roupa, um nariz descascado e uma marquinha sexy de regata que nunca mais vai sair do meu corpo.
Intoxicação alimentar: uma, looonga, dolorida e arregaçante.
Gente rindo da minha cara: porra, perdi a conta. Já tava ignorando na cara dura, que jeito?
Banheiros públicos utilizados: 4 de posto e uns 4 de shopping. ODEIO, mas nessa hora vai exigir o que? Até patente serve!
Risadas com os primos: muita mesmo. Ainda mais da minha cara.
Tatuagem: Meia. É uma fênix e, por ironia, falta fazer o rabo...

Pelo menos foi muito divertido, apesar de tudo. Deu tudo certo, estamos vivas e nenhum dos carros quebrou, o que, dado o momento urucubaca, já foi uma graaande sorte...

Imagem: Google