domingo, 30 de dezembro de 2007

Roda de Fogo!!!!


Uma bela manhã de sol, dia lindo, céu azul... daqueles dias em que você acorda num absoluto bom humor (feito a gente vê em novela)!!! Levantei sentindo um leve desconforto em uma parte da anatomia da qual a gente nem gosta de lembrar, porque quando lembra normalmente é porque deu pane!!! Como não sei que nome posso usar para descrevê-la sem perder a classe, vou apenas dizer que é a parte final do aparelho digestivo, a saideira, aquela parte que tem umas pregas (se é que ainda tem)...

Pois é, acordei com a pecinha em chamas... O leve desconforto era na verdade a suave sensação de que alguém estava segurando um isqueiro aceso nele... Uma delícia! Pensei em como eu iria fazer para trabalhar, já que o meu trabalho exige que eu fique muitas horas sentada (ouvindo) e eu não conseguia sentar, muito menos ouvir algo que não fosse ele, que ficava chamando a minha atenção com aquela dor absurda...

Bom, resolvi tirar folga na parte da tarde, já que tinha horas-extras para compensar. Aí contei para uma colega a situação, pedindo que ela ligasse e tentasse marcar uma consulta o mais rápido possível. Enquanto isso fui falar com a chefe... Uma delicada e estimulante conversa sobre o porquê de eu estar precisando da folga. Sinceramente, esse é o tipo de problema que você morre de vergonha que alguém saiba, mas parece que todo mundo faz questão de contar que você tem...

Depois de a chefe me liberar, por conhecer bem de perto o dito problema, voltei para a sala da minha colega, que estava contando para meio mundo já os detalhes do meu infortúnio... Achei melhor fazer piada, rir um pouco e pegar o corredor de saída o mais rápido possível.

Com a receita já em mãos, fui comprar os ditos medicamentos. Entrei sutilmente na farmácia, tentando parecer invisível, entreguei a receita e o farmacêutico responsável leu e soltou o seguinte comentário:
"Ahhhh, esse remédio aqui é para quem tem problema de varizes ou hemorróidas..." e ficou olhando para mim com aquela cara de "eu sei que você está com o boguinho queimando"...

Morrendo de vergonha, tive que fazer mais umas piadas, já que é mais fácil do que cavar um buraco no chão da farmácia. Aí o rapaz ainda teve a coragem de me contar sobre como ele passou álcool um dia no fiofó dele, por causa de um problema semelhante... eu fiquei pensando o que leva o cara a passar um treco que arde em um treco que está ardendo mais ainda... Algum desejo incendiário oculto??? Vontade de entrar em combustão espontânea???

Depois o guri puxou assunto comigo, dizendo que o ruim mesmo é que aqui na cidade não tem um médico especializado nesse tipo de coisa... Aí comentei que não quis consultar no SUS, porque não queria mostrar a minha bunda a toa. Nisso o cara solta um “mas também, quem é que não ia querer ver essa bunda???”. Depois da história fofinha que me contou sobre o álcool e mais essa baita cantada, ele pediu o meu telefone... esse é corajoso...rs.

Enfim saí da farmácia com os remédios, torcendo para não ter que falar para mais ninguém sobre o drama de viver com a rosca parecendo uma roseira... Depois fui direto para casa, enchi o traseiro de pomada, coloquei a bunda pra cima e tentei dormir, mas isso foi meio impossível com o calor que vinha debaixo... Pelo menos não precisei sentar no trono naquele dia, graças!!!!!!!!!

- Anne -  

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fly me to the Moon


Essa história aconteceu em julho de 2000, no dia do embarque para o meu destino nas férias daquele ano. Era por volta de duas da manhã e eu estava no aeroporto, na fila do check in, quando meus olhinhos até então sonolentos e entediados descobriram o cabeludinho lá atrás. Bermudão, chinelo, tattoo tamanho GG na panturrilha, violão a tiracolo, maior jeitão de Humberto Gessinger (e nessa época eu era uma viciada irrecuperável em Engenheiros do Hawaii). Gatíssimo. E embarcaria no mesmo vôo... e para a mesma cidade... e coisa e tal... e pá e pans... entenderam, né?
E foi rolando check in, e embarque, e vuco-vuco, e vuco-vuco, e eu de olho no tal “gateeenho”... todo mundo tomou seus assentos, eu que não sou boba nem nada com radar no olhão aberto para ver se o lugar ao lado do moçoilo estava mesmo vago. E já estava de pé, me preparando pra trocar de assento (e não preciso dizer onde eu ia sentar, preciso?), quando fui, literalmente, imprensada por uma vovó aparentemente inofensiva e seu netinho de oito anos (claramente nada inofensivo). Ela me olhou com aquele sorriso chantagista cheio de doçura e dentes artificiais, bem típico das vovós, e pediu, o mais desprotegidamente possível, que eu lhe fizesse companhia durante o vôo, pois morria de medo de viajar de avião. Que #$&@*%$#... justo na hora em que eu me preparava para consumar o meu plano infalível... mas se aquela velhinha tivesse um treco no avião e batesse as botas, eu ia carregar a culpa da minha volúpia pelo resto da vida, Deus me livre alguém perder sua vovó por minha causa. Paciência. Fiquei.
Não demorou muito para que a vovó se revelasse uma criatura de altíssima periculosidade. Em menos de dez minutos após a decolagem aquela boquinha nervosa se danou a enumerar todos os casos de acidentes aéreos que havia presenciado durante sua vida inteira (e olha que ela já tinha vivido muito)... e juro que não havia mais nenhum vestígio da velhinha que havia me aliciado com aquele tipo de vovozinha indefesa – o rosto se contorcia numa expressão de prazer mórbido, os olhos se esbugalhando, os braços gesticulando, e gesticulando, e gesticulando... e eu me encolhendo na poltrona, achando tudo aquilo realmente muito desagradável. Na melhor das hipóteses, aquela vovó devia ser uma gângster. E ela falava, e o netinho falava, e eu me encolhia mais e mais, e os “causos” não tinham fim, e os dois atacavam a minha bandeja e enfiavam os petiscos dentro da bolsa “para fazer uma boquinha antes da aterrissagem”... e o cabeludinho vendo tudo lá do lugarzinho dele, se lascando de rir, com certeza achando que eu era sangue daquela terrorista. Não adiantava mais nem jogar charme, no way um “gateeenho” descoladíssimo daqueles dando papo pra uma integrante da família Adams.... Diante disso, só o que eu podia fazer era me recolher à minha insignificância e esperar aquela viagem tenebrosa terminar de uma vez.
Assim que anunciaram o desembarque, peguei minhas coisas e capei o gato do avião quase voando, sem olhar para a cara de ninguém – porque o meu desconfiômetro pode não funcionar para algumas coisas, mas para outras é uma beleza... e já ao lado da esteira rolante, esperando pacientemente minhas malas com cara de “quem-não-comeu-e-não-gostou”, senti uma mão me tocar o braço. Gelei. Pelamordedeus, aquela velhinha de novo não... e qual não foi minha surpresa quando me virei e não vi a vovó terrorista ali. Quem era, hein, hein, hein? O cabeludinho, mó sorrisão, dizendo que tinha se divertido horrores, que eu era um anjo de paciência e patatipatatá... ainnn, coisa lindaaaaa... nos apresentamos, trocamos telefone, nos vimos vááárias vezes... e nem preciso dizer que não foi só por causa da tortura psicológica imposta pela vovozinha macabra à singela pessoa que vos fala que essas férias entraram para a história, né? Eh, laiá!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desventuras em Série - A Mulher do Papai Noel


Bom, esta não é uma história que tenha acontecido comigo ou que eu tenha presenciado, mas já a ouvi tantas vezes que parece mesmo que estava la... Fora que a testemunha ocular e protagonista me autorizou... hehehehe...

Juju e Fabi voltavam num pra casa depois da faculdade. Era um dia de semana qualquer, próximo ao Natal. A mãe da Fabi, que as tinha buscado na faculdade, precisava fazer umas compras no mercado. Nada como ter hipermecado aberto 24 horas, tudo mais tranquilo, sem filas imensas, bem mais convidativo que em horários comerciais. O fato é que lá foram. Resolveram então ver os enfeites de natal, enquanto a mãe ia fazer suas compras. O hipermercado estava muito tranquilo, quase vazio mesmo. Viram luzinhas, bolinhas de todas as cores, árvores, bonecos de neve, papais-noeis, renas... tudo quanto era tipo de enfeite. Realmente é encantador ficar vendo a diversidade de enfeites... os olhos até brilham...

As meninas olhavam e comentavam... preços... cores... quando notaram a aproximação de uma mulher, muito bem vestida, tipo madame mesmo. Nada demais, afinal, estavam no mercado. Ou não seria... Observam que a mulher fala sozinha enquanto olha os enfeites... tudo bem... sociedade moderna... as pessoas se sentem sozinhas... é quase aceitavel que falem sozinhas... Continuaram a olha os lindos enfeites... mas foi inevitável não notar que a mulher agarrara um papai noel e estava abraçada a ele... e ela começou a se aproximar... Olhou para as meninas e foi dizendo:

- Comprei um papai-noel destes esta semana. Mas ele esta com a roupinha descosturada. Será que eles trocam? - disse a mulher.

- Acredito que troquem sim, é só a senhora trazer e mostrar o defeito. - disse a Juju, toda compreensiva... mas já com uma pulginha atrás da orelha...

- Este papai-noel é lindo, vocês não acham? - disse a mulher, com olhos um tanto estalados demais...

As meninas se olharam, e trocaram mesmo aquele olhar de... ai ai ai... e responderam juntas:

- Sim!

Eis que a mulher agarra o boneco do papai-noel com mais força e diz, com olhos estalados e cerrando os dentes:

- Porque eu adoroooo este papai-noel. Urhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

É... ela fez um som enfurecido ao final da frase... apertando o boneco nas mãos... meio que esgoelando o probrezinho.

As meninas se olharam mais uma vez sentindo a emergência no ar. Olharam a sua volta e não tinha mais ninguém naquele setor... só a mulher e seu papai-noel... Ela continuou falando com o boneco e olhando para as meninas. Eis que Juju, já tomada pelo pânico, vira e diz:

- Fabi, sua mãe já deve estar no caixa... vamos?????

E sairam quase correndo dali. Nem preciso dizer que esta história teve que ser repetida muitas e muitas vezes. E que se não fosse as duas presencearem a história, certamente nem elas acreditariam no que tinham visto. Mas garanto que a encenação de tudo é ainda mais... bizarra... hehehehe.... a Juju fazendo o "eu adoro este papai-noel. Urhhhhhhhhhhhh" é simplesmente hilário... hauahuahauaha

Fato é que demoraram a voltar aquele setor do hipermercado. Nunca mais na época do natal em quase madrugada... Vai que encontram por lá novamente a mulher do papai-noel...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A saga do passarinho surtado...


Mais uma da série “essas coisas só acontecem na minha vida”...

Estava eu voltando do banco para a minha casa, um pouco antes da hora do almoço. Um sol de rachar, dia lindo, eu no alto dos meus scarpins pretos, maravilhosos de lindos, os cabelos esvoaçando ao vento e o mp4 bombando minhas músicas favoritas... (só não vou dizer que era uma visão do paraíso, porque além de linda e inteligente eu também sou muito modesta...).

“Do nada”, com a minha visão periférica (sim, porque a de raios-X não tava funcionando na hora) eu percebi alguma coisa grande e preta voando em minha direção... Na hora o meu primeiro pensamento, como sempre algo suave e gentil, foi: “fudeu”. Não deu outra... aquela coisa voadora me acertou bem em cima da cabeça e eu fiquei pensando “what the poha is that????”

Era um passarinho de um tamanho bastante considerável (praticamente um URUBU)...eu fiquei com pena, pensando que era vesguice ou que ele estava com labirintite, mas qual não foi minha surpresa quando ele fez a volta e acertou a minha cabeça mais uma vez? Nunca na minha vida eu tinha visto um passarinho fazer isso!!!! Fiquei pensando se era uma passarinha na TPM, se tinha um ninho por perto ou se (pior das três) eu tava com algum bichinho nojento nos meus cabelos (minhocas na cabeça eu tenho, mas ficam dentro, acho que ele não viu)...

Bom, apesar de bolsa de mulher ter tudo o que você possa imaginar dentro, infelizmente eu tinha deixado o meu estilingue (aqui chama bodoque!) em casa e tive que pensar em outra saída... O passarinho gostou da brincadeira e ficou dando várias “voadoras” em mim, até que eu assumi a minha posição de combate (com a bolsa em punho) e pensei, sempre com a gentileza de um rinoceronte, “volta aqui, seu fila da p***, pra você ver o que te faço!!!”

Pois bem... Ele veio... Acertei em cheio, foi só pena voando e passarinho voando mais rápido ainda, só que agora na direção oposta... Depois disso eu dei um monte de gargalhadas (rindo de mim e da situação, claro!). Não, eu não sei quanta gente assistiu isso porque não tive coragem de olhar...

E, antes que alguém fale “coitadinho”, lembre-se que foi ele quem atacou primeiro, eu só estava me defendendo!!! Fiquei com medo de levar uma cagada na cabeça, literalmente, já que no sentido figurado até que acontece bastante... Posso jurar que até vi aquela mira laser da bazuca anal dele mirando bem no meu olho...

Depois de me livrar dele ajeitei o meu cabelo, coloquei o sutiã e os peitos no lugar (aquela levantadinha básica) e segui o meu caminho, feliz da vida em participar do equilíbrio do universo e da cadeia alimentar, onde só os fortes sobrevivem...

Aquele foi um dia de merda!!! Sinceramente, tenho sérios problemas com bichos voadores... Só faltou um cachorro mijar na minha perna (sim, eu sei que cachorro não voa, é só um exemplo!), mas não vou nem falar isso em voz alta, porque depois desse passarinho eu não duvido mais de nada...

- Anne -