quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tem coisas que só um proctologista faz por você...


NOTA DE ESCLARECIMENTO: O acontecido descrito no texto a seguir não foi vivido por minha indescritível pessoa, mas por outra pessoa que eu obviamente não vou contar quem é. Escrevi em primeira pessoa porque prefiro, acho que fica mais engraçado e mais fácil de ser devidamente esculhambado. Se você não gosta de textos esculachados nem leia. Eu adoro humor exagerado (feito eu).
   

Uma das coisas mais tristes na vida de uma pessoa é ouvir do médico que tem que operar as pregas. Sim, essas aí mesmo que vocês estão pensando! Não sei especificar se a tristeza começa ao saber disso ou começa só naquele maravilhoso momento em que enfiam um cano na sua rabisteca, achando tudo lindo... Afinal, NO DOS OUTROS é refresco. Ahhh, o exame. O médico diz que a dita colonoscopia (com um nome desse só pode dar merda – fui até pesquisar no Google pra ver se tinha escrito isso aí direito) vai ser SUSSA, tem sedação e coisa e tal. Aí você vai na dele e até se anima. Ele te manda tomar um laxantinho um dia antes, do tipo bem suave, aquele que te faz cagar até o cérebro, a alma e arrebentar até o que ainda estava no lugar! Você sai do banheiro meio morto, enjoado e já pensando que o médico foi um baita sacana...

Aí você vai para o dito exame, o cara te faz esperar umas 2 horas em jejum e com uma avalanche rolando dentro do seu intestino (sabe como?). Você ali na sala de espera suando, não se sabe bem se de nervoso ou porque ainda não passou o prenúncio de tempestade. Finalmente te levam, te sedam (UFA!) e fazem o tal do exame que deixa as suas pregas levemente mais afrouxadas do que já estavam anteriormente, afinal, desgraça pouca é bobagem e já que vai arrumar o negócio é melhor desgraçar de vez!

Chega o dia da cirurgia e você vai ao hospital, tranquilo, afinal a anestesia nem é geral, é só aquela gostosinha que enfiam um agulhão na sua coluna, SUSSA! Você super tranquilo com isso, te internam às dez da manhã para fazer a cirurgia às cinco da tarde, esperar é sempre uma delícia. Ainda mais quando entra uma enfermeira para fazer um PROCEDIMENTO e manda todo mundo sair... Você já pressente que boa coisa não pode ser. Lavagem intestinal, mais uma delícia que só o seu proctologista pode oferecer. Experimente, satisfação garantida ou o seu toba devolta!

Tudo pronto, você meio enjoada, meio branca, meio arrombada, mas já perdendo a paciência com a espera, o que até é bom para passar o medo. Medo pra que? Procedimento SUSSA. Ok... Te levam para a sala de espera que fica ao lado da sala de cirurgia e te colocam o camisolão verde-pavor, os sapatinhos de frango assado e aquela toca que acaba com o seu cabelo, enquanto você espera a vez (sim, tinha fila naquele dia). Você fica realmente tranquilo quando vê o carrinho de ressuscitação (tive que ver essa no Google também) passar por você com uma enfermeira esbaforida enquanto você escuta um FOOOF (imaginando o corpo tomando um choque, ouvindo aquele PIIIIIIIIII e tudo o mais) enquanto o médico está chamando a pessoa pelo nome e aquela coisa toda que a gente vê em filmes mas nunca quer ver ao vivo, ainda mais ali, paramentado de frango verde, esperando a vez para o refazimento das pregas (que a essas alturas já soltaram de vez).

Aí vem a enfermeira avisar que a cirurgia vai ficar para o outro dia... A essa altura eu achei foi bom. Aposto que as pregas do médico estavam piores que as minhas depois do susto. Preciso escrever sobre cama de hospital, madrugada com as enfermeiras entrando toda vez que você finalmente pega no sono e etc.? Acho que todo mundo conhece as maravilhas de uma internação. De manhã cedo lá vou eu novamente para a sala cirúrgica, mas dessa vez em uma hora minhas pregas estão todas refeitas, zeradas, novinhas em folha.

Diz a lenda que na hora de sair da anestesia eu fiquei olhando fixamente para a minha mão direita, lembrando aquele bebezinho do filme “olha quem está falando” depois que a mãe toma uma injeção de Demerol na hora do parto e ele fica doidão agitando a mãozinha e dizendo “olhaaaaa, que mãozinha cóooosmica” (se você lembra, você é velho feito eu, ou até mais – se ferrou!). Não vou mentir para quem ainda vai refazer as pregas... DÓI... Mas dói PRA CARALHO. Especialmente quando você tem que ir ao banheiro depois da cirurgia e não sabe se chora, se grita, se desmaia ou se faz tudo isso ao mesmo tempo. Eu só não desmaiei, mas acho que perdi a nova rosca no vaso e desperdicei o trabalho do médico... Pela dor, só pode.

Enfim, não vejo a hora de estar tudo cicatrizado e o meu toba novo em folha, zero bala, pronto para uns 50 anos de vida sem dor. Caso ele se arrependa e volte a doer, acho que o canal é tentar uma cauterização caseira, usando um fósforo e um tubo de desodorante spray...
           



Imagem: Henrique Sanches (adorei - na original tem uma bunda se projetando ali na frente do doutor, mas eu preferi assim, sutil feito o texto - hahaha)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sobre as coisas que ninguém conta das férias...

BR 101, janeiro de 2012. Pequena cólica intestinal causada por um pouco de leite sujando o meu café. Eu, como qualquer ser humano, imaginei ser apenas uma dorzinha passageira... ME ESTREPEI. Começando a subir a serra, minha prima (dirigindo) avisa que dali para a frente só haveria uma possível parada quilômetros a frente. Como todo intestino filha da puta que se preze, o meu resolveu funcionar a todo vapor, iniciando o fim do mundo para a minha pequena pessoa (ou pelo menos para uma parte de minha nem tão pequena pessoa). Respirei fundo, testei várias posições no banco do carro, cheguei mesmo a considerar uma ROLHA ou uma moita, e o implacável intestino não queria neeem saber de conversa ou negociação.

Quando eu já estava quase chorando (literalmente), apareceu um posto. Minha prima praticamente arremessou o carro até ele, eu a peguei pelos ombros agitando a pequena e gritando em evidente desespero "onde fica o banheiroooooo?". Ela simplesmente me olhou com aquela pouca compaixão de quem não está se cagando e disse "como é que eu vou saber?". Fui andando até o moço do balcão (porque se corresse, certamente me cagava) e perguntei com toda calma que me foi possível. Ele mostrou e eu fui andando. Ainda bem que o banheiro era enorme e bem perfumadinho, um pouco de privacidade nessas horas vai muuuito bem.

Resolvida essa etapa de merda (literalmente), seguimos viagem. Já em Curitiba volta e meia eu era obrigada a terminar um almoço correndo, sair do cinema com o filme pela metade, passar uma noite inteira no trono, essas coisas maravilhosas que só mesmo uma intoxicação alimentar faz por você.

Quando finalmente passou essa porcaria (ou quase passou), aproveitei para fazer um passeio turístico naquele onibuzinho aberto em cima, que tem em Curitiba. Pois bem... tempo nublado, a besta aqui esqueceu completamente do tal do protetor solar, afinal, pra que? Eu sou tãaaao bronzeada!!! (Tanto quanto um leitão recém nascido!) Não muito tempo depois, adivinhem? O sol apareceu, BOMBANDO. Eu ali, indefesa, virei um torrone! Torrei mais do que os canadenses. O cor de rosa fraco de noite já era vermelho "lombo queimado". Até o couro cabeludo já era. Detalhe é que eu tinha marcado uma tatuagem nova na segunda... Coitado do Rodrigo, meu amigo e parceiro de torração, que se ferrou junto e ainda teve que aguentar o meu humor de merda! Esse vai pro céu!

Cheguei no tatuador com a pele uma maravilha, ainda bem que salvei as costas e deu pra fazer a tatuagem. Ele ficou com tanta pena de minha imbecil pessoa que me deu até remédio e tentou não carcar muito aquelas agulhinhas do mau, mas mesmo assim doeu horrores. Ficou linda, então que se dane! Acho que os braços torrados doíam mais do que as agulhas enfiando nas costas.

Hora de voltar para Floripa... eu e a prima trafegando numa faixa estranhamente lenta da via... eu como não estava dirigindo achei melhor ficar quieta, mas aquela lerdeza já estava me dando nos nervos. "Micheli, você tem mesmo que ficar atrás dessa porcaria de uno? Sai daqui que isso aqui só pode ser um cotejo fúnebre!". Ela na maior calma respondeu "que nada, prima, eles estão com o pisca alerta ligado porque o trânsito tá lento. Isso é engarrafamento". Quando convenci a menina a passar pra outra pista e fomos andando, lá estava, lustroso e brilhante, o caixão no carro da frente... não falei que era um cortejo? Eu é que não vou ficar chorando morto dos outros, pelamor!

Já na BR, fila. A primeira fila foi por causa da carga de um caminhão tombado. Eu e a prima paradas, tomando uma sombrinha da carreta ao lado, uma delícia! De repente ela grita "Luciane, a moto!!!". Tive que me arremessar pra frente pra escapar de uma motinho que estava "pegando o corredor" e quase pegou o que sobrava da minha traseira danificada! Bando de doido!!! Ser atropelada em um engarrafamento seria top de linha dentre as coisas inacreditáveis da minha nada mole vida... A segunda fila foi por causa de um caminhão quebrado... a terceira fila porque? SEI LÁ EU! Se alguém espirra tem fila na porra da 101. E nós lá, sem ar condicionado, sem banheiro, sem paciência...

Finalmente chegamos e... CADÊ A CHAVE DA CASA, MICHELI? "Ah, nem levei, sempre tem alguém em casa". Sempre, menos na hora que a gente chegou da porra da viagem. E lá ficamos as duas, sentadas na parte de fora de casa, ouvindo musica no celular e dando tapas nos mosquitos, emocionante! Uma hora e meia depois, chega o povo, rindo da nossa cara como todo bom parente!

Como se não bastasse, hoje de manhã fui tirar o meu carro do sol pra poder buscar a Micheli no trabalho sem fritar as duas... coloquei o carro na garagem, abri as janelas... dali a pouco foi aquele estouro! A mãe já me grita lá do fundo "Lu, caiu alguma coisa em cima do teu carro". Eu logo pensei "mas que pooooooorra é essa?". Quase perdi as pernas de susto, mas quando fui ver não tinha caído nada não. O vidro de trás estourou sozinho. Eu quase saí xingando um tio que estava cortando a grama do lado de fora do portão, só podia ser uma pedra assassina ou uma graminha mais pesada, vai saber? Enfim, amanhã vou levar o vidro arrumar, pelo menos o seguro funcionou (AMÉM).

Como se não bastasse, pifou algumas coisas no painel do meu carro, infelizmente foi o meu amado ar condicionado. Ainda bem que era só um fusível que o garoto na FIAT trocou pra mim sem nem me cobrar nada! Coisa mais querida! Hoje eu desparafusei a caixa de som do carro pra tirar o vidro que estava chacoalhando dentro dela - estava muito agradável!

Saldo do fim de semana:
Amigos revistos: Quase nenhum, afinal não dava pra convidar ninguém para dividir o vaso.
Pele queimada: Toda a que estava pra fora da roupa, um nariz descascado e uma marquinha sexy de regata que nunca mais vai sair do meu corpo.
Intoxicação alimentar: uma, looonga, dolorida e arregaçante.
Gente rindo da minha cara: porra, perdi a conta. Já tava ignorando na cara dura, que jeito?
Banheiros públicos utilizados: 4 de posto e uns 4 de shopping. ODEIO, mas nessa hora vai exigir o que? Até patente serve!
Risadas com os primos: muita mesmo. Ainda mais da minha cara.
Tatuagem: Meia. É uma fênix e, por ironia, falta fazer o rabo...

Pelo menos foi muito divertido, apesar de tudo. Deu tudo certo, estamos vivas e nenhum dos carros quebrou, o que, dado o momento urucubaca, já foi uma graaande sorte...

Imagem: Google