quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A areia movediça...


Dia lindo de sol, férias, calor, verão, beira da praia... Uma seeeede que Deus mandava e já era perto da hora do almoço. Meu estômago literalmente colado nas costas (nem uma bolachinha desde a hora do café), mas a sede era o que exigia uma providência mais imediata...

Eu e uma amiga resolvemos ir até um barzinho desses de beira-mar, e eu tive a feliz idéia de tomar uma caipirinha. Eu amo caipirinhas não importa de qual fruta, não importa com que substância alcoólica é feita... Nem que seja com uma pinga das bem vagabundas, eu tomo, sempre “facera”!!!! Nesse caso era de limão e não-sei-mais-o-que.

Naquela sede, tomei a primeira que desceu ladeira abaixo refrescando até as calcinhas (do biquíni, lógico)... Praticamente em um gole só. Aí pedimos mais uma, que desceu mais ou menos feito bêbado de patins em ladeira, suaaaaave...

Na hora de levantar do banco, aparentemente tudo sob controle... Quando dei o primeiro passo foi que a coisa “enfeiou”. Nunca tinha visto aquela areia tão fofa! Olhei para a minha amiga e comentei:
- Menina, não sabia que nessa praia tinha areia movediça!!!

Coloquei os óculos escuros, só para ver se disfarçava um pouco, e fomos para casa em busca do salvador almoço... Chegando, toda a família reunida na mesa, mas quando digo toda, significa TODA mesmo! Até minha avó e todos os tios, tias e primos, sentados almoçando. Entrei na maior sutileza, ainda com os óculos, pensando que ninguém ia notar a “rebordosa” da caipirinha. Mas eis que minha língua me trai ao abrir a boca e soltar um sonoro:
- E aeeeeee, famíiiiiiiiliaaaaa.... (leia isso como se sua língua tivesse uns 10 cm de espessura)

Ao mesmo tempo em que falei, minha mão direita fazia um “paz e amor” com os dedinhos e estava com aquele típico sorriso “ganhei na mega-sena” que algumas pessoas exibem nessas horas de consciente alterado (bebedeira nada, eu não bebo!!!! Quem foi que me avisou que o superego é solúvel em álcool mesmo???)

Naquela hora podia jurar que vi minha mãe se enfiar embaixo da mesa, mas acho que era só impressão. Depois ela foi lá dentro me dar o almoço e eu falei com ela no dialeto “enroladez” – que aprendi no FISK:
- Mãe, desculpa mesmo, eu juro que não entendo! Minha cabeça tá pensando normal, mas a língua não se coordena...

No fim das contas ela acabou rindo um monte da minha cara. Eu não bebo (tá, Milinha... na época não bebia!) e por isso aquilo pegou muito fácil. Minha avó até hoje manda tirarem sempre os copos de caipirinha de perto de mim, com a sutileza de quem grita avisando a vizinhança de um incêndio, toda esbaforida! A família toda ainda lembra (porque coisas assim nunca são esquecidas?)

E eu lembro de ter tirado o colchão da “cama de cima” do beliche e colocado na área da frente da casa, para poder dormir tomando um ventinho e com os braços e pernas no chão, porque o mundo parecia tãoooo instável! Caipirinha eu sempre vou tomar (hohoho), mas depois dessa, vou ter cuidado e fazer isso de forma leeeeenta, muuuuito leeenta e com o estômago cheio...

- Anne - 

Nenhum comentário: