Esta é a história de como uma menina pode ser transformada em um cogumelo cabeludo por uma bruxa malvada...
Sempre impliquei com o meu cabelo liso. Meu sonho de consumo mais ardentemente sonhado era uma cabeleira cheia de cachinhos toin-oin-oin balançando ao vento, sem lenço e sem documento... e foi por isso que, aos 13 anos, de posse de uma cabeleira castanha com mechas douradas e franjinha (ounnn!), decidi (pára tudo!) fazer uma permanente.
Sentei toda eufórica na cadeira da cabeleireira e expliquei direitinho o que eu queria. “Me deixa aí com o cabelo igual o da paquita fulana de tal” (sim, porque quando eu tinha 13 anos a Xuxa estava no auge e tinha uma paquita que me deixava com ódio, tão bonitos eram os cachos dela – e é claro que eu não vou dizer quem é, porque a intenção desse texto não é resgatar das sombras alguém cujo cabelo me causou o maior trauma capilar da minha vida, rá!). A vontade de ter cachos era tanta que nem me lembrei que essa dita cabeleireira era a mesma que tinha deixado, uns 3 meses antes, o cabelo da minha mamis, originalmente castanho e liso, preto e sarará... quando o que ela realmente queria eram reflexos loiros!!!
Sentadinha na cadeira, peguei minha revista Capricho, coloquei nos ouvidos os fones do walk-man (naquele tempo MP3 não era nem idéia, e o engraçadinho que me chamar de véia leva um "pedala"!) e, de olhinhos fechados, entreguei minha cabecinha nas mãos daquela psicopata enrustida, sonhando com cachos lindos e novinhos balançando ao vento e com um guri mó gracinha da 7ª série (acima dele, só o Bono Vox) apaixonado pelo meu novo e encaracolado “eu”... depois de um tempo interminável com aqueles bigudinzinhos na cabeça, quase intoxicada por aquele produto mais fedorento que uma bunda mal lavada (é, “bunda” foi um eufemismo), a mulher finalmente me levou pro lavatório, enxaguou meu cabelo, secou e...
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh!!!
Sempre impliquei com o meu cabelo liso. Meu sonho de consumo mais ardentemente sonhado era uma cabeleira cheia de cachinhos toin-oin-oin balançando ao vento, sem lenço e sem documento... e foi por isso que, aos 13 anos, de posse de uma cabeleira castanha com mechas douradas e franjinha (ounnn!), decidi (pára tudo!) fazer uma permanente.
Sentei toda eufórica na cadeira da cabeleireira e expliquei direitinho o que eu queria. “Me deixa aí com o cabelo igual o da paquita fulana de tal” (sim, porque quando eu tinha 13 anos a Xuxa estava no auge e tinha uma paquita que me deixava com ódio, tão bonitos eram os cachos dela – e é claro que eu não vou dizer quem é, porque a intenção desse texto não é resgatar das sombras alguém cujo cabelo me causou o maior trauma capilar da minha vida, rá!). A vontade de ter cachos era tanta que nem me lembrei que essa dita cabeleireira era a mesma que tinha deixado, uns 3 meses antes, o cabelo da minha mamis, originalmente castanho e liso, preto e sarará... quando o que ela realmente queria eram reflexos loiros!!!
Sentadinha na cadeira, peguei minha revista Capricho, coloquei nos ouvidos os fones do walk-man (naquele tempo MP3 não era nem idéia, e o engraçadinho que me chamar de véia leva um "pedala"!) e, de olhinhos fechados, entreguei minha cabecinha nas mãos daquela psicopata enrustida, sonhando com cachos lindos e novinhos balançando ao vento e com um guri mó gracinha da 7ª série (acima dele, só o Bono Vox) apaixonado pelo meu novo e encaracolado “eu”... depois de um tempo interminável com aqueles bigudinzinhos na cabeça, quase intoxicada por aquele produto mais fedorento que uma bunda mal lavada (é, “bunda” foi um eufemismo), a mulher finalmente me levou pro lavatório, enxaguou meu cabelo, secou e...
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh!!!
- E aí, queridinha? Gostou?
Jesus me chicoteia... eu havia virado um cogumelo!!!! Pensem em um cabelo encolhido... mah tãããão encolhido, com cachos tããããão pequenininhos que formavam um volume perfeitamente redondo – e provavelmente impermeável – em torno da minha cabeça... eu queria virar a paquita e tinha virado uma bizarria híbrida de cogumelo, Michael Jackson e Valderrama!!!! GARAIOOOOOOOO!!! Caí num choro compulsivamente soluçado (e quando eu choro, eu choooooooro!!!) enquanto a cabeleireira, atônita, tentava me acalmar com água-com-açúcar e palavras de conforto espiritual...
- Tia... aaaahhnn... ahn... m-me diz, p-pelo ahnnnn-mor de Deus, ahnnn... que eu t-tô vendo, ahnnn... c-coisas...
Não, eu não estava vendo coisas (ou pior, estava, porque a “coisa” em questão era eu mesma, a coisa mais medonha que eu já havia visto)... a mulher, pra me acalmar (e vamos admitir, pra tentar me deixar menos parecida com o Valderrama) fez uma escova no meu cabelo e, em meio intermináveis “ahnnnn, ahnnnn, ahnnnn...” voltei para casa (de onde definitivamente eu não devia ter saído naquele dia). Fui consolada pela minha mamis e pelo resto da família, matei 3 dias de aula, me escondi até do cachorro e, cinco dias depois, me livrei daquela aparência macabra com um corte Joãozinho. Ainda sou apaixonada por cachos, mas decidi assumir a minha cabeleira niponicamente lambida. Pra quem já foi a cara do Valderrama (e, pelamordedeus, ES-QUE-ÇAM que um dia eu contei isso!!), qualquer coisa é lucro...
Jesus me chicoteia... eu havia virado um cogumelo!!!! Pensem em um cabelo encolhido... mah tãããão encolhido, com cachos tããããão pequenininhos que formavam um volume perfeitamente redondo – e provavelmente impermeável – em torno da minha cabeça... eu queria virar a paquita e tinha virado uma bizarria híbrida de cogumelo, Michael Jackson e Valderrama!!!! GARAIOOOOOOOO!!! Caí num choro compulsivamente soluçado (e quando eu choro, eu choooooooro!!!) enquanto a cabeleireira, atônita, tentava me acalmar com água-com-açúcar e palavras de conforto espiritual...
- Tia... aaaahhnn... ahn... m-me diz, p-pelo ahnnnn-mor de Deus, ahnnn... que eu t-tô vendo, ahnnn... c-coisas...
Não, eu não estava vendo coisas (ou pior, estava, porque a “coisa” em questão era eu mesma, a coisa mais medonha que eu já havia visto)... a mulher, pra me acalmar (e vamos admitir, pra tentar me deixar menos parecida com o Valderrama) fez uma escova no meu cabelo e, em meio intermináveis “ahnnnn, ahnnnn, ahnnnn...” voltei para casa (de onde definitivamente eu não devia ter saído naquele dia). Fui consolada pela minha mamis e pelo resto da família, matei 3 dias de aula, me escondi até do cachorro e, cinco dias depois, me livrei daquela aparência macabra com um corte Joãozinho. Ainda sou apaixonada por cachos, mas decidi assumir a minha cabeleira niponicamente lambida. Pra quem já foi a cara do Valderrama (e, pelamordedeus, ES-QUE-ÇAM que um dia eu contei isso!!), qualquer coisa é lucro...