domingo, 4 de maio de 2008

O Charge do mal


Sabe aquelas épocas em que você se vê transformado de Rei Midas em Rei Mierdas??? Aqueles momentos em que tudo, absolutamente tudo o que você toca vira merda! Daquelas grandes e lamentavelmente fedidas! Pois é, eu estava bem no meio do olho do furacão (do furacão, viu Mila???), era uma sucessão de desencontros, atolamentos financeiros, patadas sucessivas vindas das mais diversas direções e pessoas diferentes, noites mal-dormidas e eu parecendo uma morcegona nas belíssimas manhãs de trabalho (odeeeeeeeio acordar cedo, isso é para padres e soldados, definitivamente não me pertence!).

Então procurei dentro de mim um lugar, uma esperancinha qualquer enfiada em algum recanto secreto (calma Mila, não é lá onde tu ta pensando) e pensei... “Só segurando na mão de Deus, mesmo!!!”. Pois bem, comecei a reorganizar a vida e as coisas já voltavam para os seus eixos, mas o meu corpo ainda andava todo fora do seu funcionamento normal, dadas as noites não dormidas e a alimentação um tanto esquecida ou mal feita (“Doritos” com vodca não é exatamente uma alimentação balanceada).

Naquela tarde, no trabalho, veio uma vontade louca de comer um charge. Lá fui eu, me escondendo pelos corredores, para sair sem que ninguém notasse, comprar o dito chocolate, na padaria da esquina. Comi aquele charge com gosto, feliz da vida, sem imaginar o que o maldito causaria no meu corpo...

Pois é... O suor foi o primeiro sintoma. Como sempre mantive a calma, mas aquele pensamento de sempre apareceu... “fudeu”. Conheço o meu corpo e sei quando começa o princípio do fim. Dali a 15 minutos a dor de barriga apareceu firme e forte, junto com aquelas voltas dentro da sua barriga, que parece que tem alguma coisa viva e raivosa querendo sair. E eu ali, quase em penico, tentando bolar uma estratégia que me livrasse do sufoco...

Já sei, o banheiro da sala rosa. A sala rosa é a sala de reuniões, aquele banheiro é sempre a salvação da lavoura. Entrei na sala e quando ia, faceira e saltitante, achando que os problemas seriam resolvidos... Alagamento no banheiro da dita sala, água até a entrada da porta, inutilizável. Logicamente eu pensei com a mesma suavidade... “Fudeu de vez...” E agora? Tentei o outro banheiro, mas para a minha infelicidade, estava tendo uma reunião na sala, ou seja, NO WAY. Se vocês conseguem fazer isso tranqüilamente, com platéia, eu não consigo, mesmo em uma situação daquelas!

A outra alternativa era o banheiro do outro setor, que era usado por todos que precisavam, inclusive os visitantes, ou seja, era nojento. Se vocês conseguem fazer isso se equilibrando para não sentar e nem mesmo encostar levemente o traseiro no vaso PODRE, eu não consigo.

E então, e agora Batman? Fiz o que qualquer um faria. Pedi uma carona para a minha amiga e decidi ir para casa (bendita cidade pequena, onde se mora a cinco quadras do SEU vaso sanitário, lindo, limpo e cheiroso). Tentei sair discretamente, para não ter que dar explicações, mas nisso aparece a secretária da chefe. Vendo que não teria jeito, parei para me explicar. Bom, não sou uma pessoa muito chegada a rodeios, ainda mais porque tempo era algo que eu não tinha. Disse a ela de forma curta e grossa:

- Fulana, vou lhe ser sincera. Preciso ir já para casa, estou com uma mega dor de barriga que chego a estar suando mais do que corredor na São Silvestre e os dois banheiros possíveis não estão livres para usar. Por favor, se a chefe perguntar, diga isso a ela... (hahahaha).

Logicamente a minha colega quase passou mal de tanto rir, mas isso era algo a ser resolvido depois. Fomos para a minha casa (graças a Deus sem imprevistos) e ao chegar minha amiga perguntou: - Você demora?

Já viu pergunta mais sem resposta do que essa? E eu lá ia saber quanto tempo ia precisar para resolver o problema... Enfim, tudo certo, algum tempo depois voltei ao trabalho (dei até uns minutos de margem para ter certeza que estava tudo firme no lugar e as pregas novamente acomodadas). Fiz um sinal para avisar a secretária que eu havia voltado, no que ela começou a rir da minha cara novamente... Acabei rindo junto, realmente, era ridículo.

Por isso, meus queridos, tomem cuidado com o charge. É um elemento perigoso e pode causar reações estranhíssimas e incontroláveis no seu corpo. Só sei que, depois dessa, chocolate só em casa, a noite, quando tenho todo o tempo livre... Isso inclui os meus amados brigadeiros. Já pensou ter que encarar um “armagedon” desses por dia? Tô fora!!!!

Engraçado??? Aposto que já passou por uma dessas...


Imagem by Pai Google e foi Flavinha que achou, rindo muito da minha cara, como toda a boa amiga faz numa hora dessas...

- Anne -   

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