sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A montagem da violeta!

Minha mãe tinha uma "coleção" de violetas. Eram mais de 100 e ficavam todas em uma prateleira na garagem. Por isso, nós éramos proibidos de jogar futebol ali.

Um belo dia, meu irmão com suas idéias geniais, decretou que jogaríamos na garagem mesmo, com cuidado, porque estava chovendo e não dava para jogar lá na grama. Com o baita cuidado e a sutileza do meu mano no chute, acertamos em cheio um dos vasinhos mais bonitos. Ele olha para mim, eu quase chorando (naquela época as mães não tinham NADA contra uma GOSTOSA chinelada...), pensamos... o que fazer???

Em mais uma brilhante idéia do meu mano mais velho - o oráculo, ele era um gênio já naquela época - nós simplesmente "montamos" a violeta devolta. Imaginem a carinha do guri, olhando para a terra e falando "essa folha vai aqui, essa flor aqui, acho que aqui fica melhor..." (com a linguinha de fora no canto da boca e a "mufa" queimando de tanto pensar). Nos escapamos daS chineladaS naquele dia (sim, minha mãe só chinelava no plural), só que a natureza é muito sacana quando quer...

A violeta, logicamente, começou inexplicavelmente a murchar. Minha mãe resolveu olhar o que se sucedia com ela e, ao tocar uma folha, "do além" a folha ficou na mão dela... lembro tão claramente daquele grito que me era tão familiar: "Rodriiiigoooo, Luciaaaneeee". Nessa hora meu mano olha para mim, olhos arregalados, e diz a frase que eu lembro com mais clareza ainda, de taaanto que ele usava: "CORRE, LU"!!!!!

E eu corria... corria com minhas perninhas de 5 anos, corria com o havaianas soltando as tiras, mas como não dava para arrumar naquela hora, eu tirava e corria de pés descalços no calçamento mesmo, não sentia nem dor, de tanto cagaço!!!! Beeem mais tarde, quando anoitecia, voltamos para casa e minha mãe só viu 2 cabecinhas na porta, uma em cima da outra, com o corpinho ainda para fora (em rota de fuga) e a pergunta "mãe, tá mais calma???". Ahhhh, bons tempos aqueles...

Sinceramente, ainda acho que a gente apanhou muito pouco...

- Anne - 

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